O advogado Alan Thomaz não é mais o representante legal do Telegram no Brasil. Ele renunciou aos processos nesta semana, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma investigação sobre a campanha lançada pelo aplicativo contra o PL das Fake News.
Com a decisão, a plataforma vai precisar indicar outro escritório para intermediar o contato com a Justiça brasileira. Em fevereiro de 2022, o STF chegou a ameaçar suspender os serviços do Telegram, uma vez que a empresa não havia constituído um canal para receber notificações judiciais no país.
Procurado pelo jornal O Estado de S.Paulo, o escritório Campos Thomaz & Meirelles Advogados disse que ‘não teve e não tem relação direta com o Telegram’. A banca esclarece que só prestou ‘serviços de assessoria jurídica’. “Solicitamos gentilmente que o nome dos sócios e advogados seja desvinculado ao Telegram”, acrescenta a nota.
O inquérito no STF vai investigar os diretores do Telegram e ‘demais responsáveis’ que tenham participado da campanha contra o projeto de lei. O ministro Alexandre de Moraes tomou a decisão a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Moraes mandou a Polícia Federal interrogar os executivos do grupo.
O aplicativo disparou, para milhões de usuários, um manifesto contra o Projeto de Lei nº 2630/2020. A mensagem chamou a proposta de ‘desnecessária’, dizendo que ela ‘concede poderes de censura ao governo’.
Diretores de Google também serão investigados, já que o buscador exibiu na página inicial uma mensagem de alerta contra o PL. Em um link, usuários eram direcionados para um artigo de opinião do Diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google Brasil, Marcelo Lacerda, acusando o texto de ‘aumentar a confusão entre o que é verdade e mentira no Brasil’.