Mulher de Mauro Cid confirma à PF que marido colocou dados falsos em cartões de vacinação

Esposa de ex-ajudante de ordens de Bolsonaro prestou depoimento na tarde desta sexta-feira

Sede da Polícia Federal, em Brasília. Foto: Sarah Paes/R7

A esposa do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid, Gabriela Santiago Cid, disse à PF que o marido inseriu dados falsos em cartões de vacinação adulterados, segundo fontes da corporação. Ela prestou depoimento na Polícia Federal (PF), em Brasília, sobre a suspeita de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19. Ainda de acordo com fontes da PF, Gabriela admitiu o uso do certificado, mas atribuiu a Mauro a responsabilidade pela adulteração. Ela deixou o prédio da corporação pouco depois das 17h.

A estratégia da defesa é fazer com que ela responda só por uso de documentação falsa. A investigação apura informações sobre a imunização dela, de Mauro Cid e das três filhas do casal.

Segundo o inquérito, os certificados foram supostamente emitidos para a família poder embarcar a outros países, como os Estados Unidos. Mauro Cid está preso desde 3 de maio, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo a PF, Gabriela Cid também usou um documento falso de vacinação em viagens anteriores, para os estados americanos do Texas e da Flórida. Ainda de acordo com a corporação, o certificado emitido em novembro de 2021 aponta a aplicação de duas doses de vacina, em agosto e novembro daquele ano.

Tenente-coronel do Exército, Mauro Cid compareceu à PF nessa quinta para depor, mas permaneceu em silêncio, sem responder a nenhuma das perguntas feitas pelos investigadores. Segundo fontes, isso se deu porque a perícia feita no celular apreendido dele havia sido concluída na quarta-feira, o que o deixou sem acesso às informações encontradas.

Além de Mauro Cid e da família dele, existe a suspeita de que os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da filha mais nova, Laura Bolsonaro, também tenham sido forjados, com a inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022.

Durante depoimento na terça, Bolsonaro afirmou à PF desconhecer a suposta fraude nos dados de vacinação. Ele também declarou que, se Cid tiver arquitetado o plano, agiu por conta própria. Questionado durante visita ao Senado, nessa quinta, o ex-presidente disse apenas que “cada um siga a sua vida,” em referência ao ex-ajudante de ordens.