A adoção pela Petrobras de um novo modelo para definir seus preços dos combustíveis trouxe impacto para o mercado. Desde 2016, com base no Preço de Paridade de Importação (PPI), os preços praticados no país se vinculavam aos valores no mercado internacional tendo como referência o preço do barril de petróleo tipo brent, que é calculado em dólar, e custos de frete de navios, logística interna de transporte e taxas portuárias.
Conforme o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, o preço será o menor possível para o consumidor sem ameaçar a lucratividade da companhia. A Associação dos Importadores de Combustíveis (Abicom), acredita que a falta de referências cria insegurança sobre as operações de empresas do setor e pode causar problemas de abastecimento. “A falta de transparência gera insegurança para novas importações, gera também insegurança para os outros produtores de combustíveis e para os combustíveis alternativos”, diz o presidente da entidade, Sergio Araújo.
Para o dirigente, empresas privadas terão menos segurança para trazer os produtos, pois entre a compra e a chegada da carga ao Brasil são necessários ao menos 60 dias, período em que poderá haver uma mudança nos valores.
LUCRATIVIDADE
Com o modelo de PPI, a Petrobras alcançou recordes de lucros e distribuição de dividendos, que permitiram um repasse histórico aos acionistas de R$ 87,8 bilhões no segundo semestre de 2022. Apenas ontem, no fechamento da B3, as ações da estatal valorizaram 2,5%. A estatal anunciou que o novo modelo vai considerar o “custo alternativo do cliente” e o “valor marginal para a Petrobras”.
O custo alternativo para o cliente é estabelecido a partir das alternativas que o consumidor tem no mercado, sendo observados os preços praticados por outros fornecedores que ofereçam os mesmos produtos ou similares. Conforme o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, o preço será o menor possível para o consumidor sem ameaçar a lucratividade da companhia.