O chefe interino do Departamento de Operações (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra agiu de forma omissa nos atos extremistas de 8 de janeiro, como indica relatório da Polícia Federal (PF). O documento concluiu que faltou um plano operacional para impedir os ataques, segundo informações publicadas pelo portal Metrópoles e confirmadas pelo R7. “É verossímil acreditar que Paulo José agiu de forma omissa, frente aos crimes praticados no dia do evento, ao não elaborar o planejamento operacional do policiamento ostensivo do Distrito Federal”, disse a PF.
A corporação analisou documentos encontrados na casa e no carro de Sousa Bezerra que integraram o relatório, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em inquérito sobre omissão de autoridades nos ataques, o mesmo em que também vêm sendo investigados o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e outros agentes de segurança.
Entre as evidências encontradas, está um papel com um resumo, escrito à mão, das informações a serem prestadas por Bezerra em depoimento à PF. Uma delas era de que a inteligência da PMDF não comunicou, em nenhum momento, que o risco da manifestação era de alto grau. “A partir da análise efetuada nos materiais apreendidos, é verossímil acreditar na inexistência de um plano operacional, cuja elaboração era de competência do coronel, visando coibir as ações durante as manifestações”, disse a PF.
Ainda de acordo com a corporação, com base nas conversas analisadas, o acionamento das equipes era feito por um grupo de WhatsApp sem ordem de serviço e que, no caso, o coronel acionou as equipes de sobreaviso apenas duas horas depois das manifestações. De acordo com a PF, diferente do que disse o coronel em depoimento, ficou comprovado que Bezerra teve conhecimento sobre os riscos das manifestações por meio de mensagens avisando sobre a alta animosidade dos radicais, que vinham “falando sobre ‘morte e tomada de poder'”.