STF forma maioria para tornar réus mais 245 denunciados por atos extremistas de 8 de janeiro

Cinco casos foram retirados de análise após problemas técnicos no plenário virtual

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta segunda-feira para tornar réus mais 245 envolvidos com os episódios de 8 de janeiro, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF foram invadidos e depredados. No início do julgamento, o Supremo previa avaliar 250 denúncias, mas houve problemas técnicos no plenário virtual, e cinco casos foram retirados de análise.

Prevaleceu o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, que afirmou que a Constituição não permite a propagação de ideias contrárias à ordem constitucional nem a realização de manifestações públicas visando à ruptura do Estado democrático de Direito.

As 245 pessoas que viraram rés nesse julgamento foram denunciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado.

Além da cadeira e do quadro, fotos da galeria dos presidentes estragadas e cacos de um espelho em estilo Luis Felipe I, criado em 1890, também estão em exposição

A análise termina ainda nesta segunda. Quando o resultado for confirmado, o STF vai ter transformado em rés 795 pessoas acusadas de envolvimento nos atos extremistas, mais da metade dos 1.390 denunciados pela PGR.

Nesta terça-feira, a Corte começa a julgar mais denúncias de envolvimento nos atos extremistas, no quinto conjunto de denúncias a ser analisado.

Dessa vez, o tribunal só vai julgar casos de suspeitos de instigar os atos – denunciados que foram presos em 9 de janeiro, em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

Operação da PF
Na última quinta-feira, a Polícia Federal (PF) realizou a 11ª fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que financiaram ou fomentaram os atos extremistas do 8 de Janeiro, que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Os agentes cumpriram 22 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo STF, em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná.

O STF determinou o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões para a cobertura e o ressarcimento dos danos causados ao patrimônio público.