A esperança de que a inflação esteja em queda pode ter os dias contados. A divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pelo IBGE na última sexta-feira, de abril, com alta de 0,61% em abril trouxe a expectativa de que algo poderia estar mudando. Em março o indicador havia sido de 0,71% em março, enquanto em abril de 2022, o indicador registrava uma elevação de 1,06%. Com o resultado de abril, o país passou a ter uma inflação acumulada de 4,18% na janela de 12 meses, e 2,72% neste ano.
Mesmo que o índice esteja dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,25% em 2023, sendo considerada cumprida caso encerre o ano entre o piso de 1,75% e o teto de 4,75%, o segundo semestre promete mudança, para cima, do indicador. O próprio Relatório Focus, do Banco Central, trabalha com uma elevação acima dos 6% no acumulado de 2023.
SEM DEFLAÇÃO
No horizonte das justificativas para este pessimismo estão os indicadores oficiais verificados nos meses de julho (-0,68%), agosto (-0,32%), e setembro (-0,29%), com deflação por causa das desonerações de itens essenciais ao longo da corrida eleitoral. A probabilidade é de que em 2023 os números sejam positivos, elevando o índice de inflação em 12 meses.
Junto a isso está a decisão do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados (Comsefaz). Pela decisão, a partir de 1º de junho, a alíquota única do ICMS da gasolina e do álcool anidro será de R$ 1,22 por litro. No Rio Grande do Sul, a expectativa é que o valor passe dos atuais R$ 0,85 para R$ 1,45, uma diferença de R$ 0,60 por litro. O impacto na inflação, apenas com a gasolina, é estimado em 0,05 pontos percentuais.