Quando os carros híbridos e elétricos entram em pauta, a montadora chinesa Build Your Dreams (BYD) se destaca no mercado automobilístico. Em entrevista durante o programa ‘Conversa de Carro’, na Rádio Guaíba, neste sábado (13/5), o Diretor Comercial da empresa, Henrique Antunes, trouxe novidades da montadora chinesa, que está de olho no mercado brasileiro. O objetivo da montadora é vender cerca de 10 mil carros no país até o final de 2023.
“Estamos expandindo as nossas operações pelo mundo. E aqui no Brasil, vivemos um momento interessante, chegamos há pouco no mercado, lançamos os nossos produtos, a nossa rede há menos de um ano, e hoje já figuramos na segunda posição entre os veículos elétricos mais vendidos no Brasil”, afirma Antunes.
Presente no Brasil desde 2015, a BYD conta com uma gama de produtos que vai do carro elétrico ao ônibus com o mesmo tipo de propulsão. A primeira concessionária da empresa completou um ano em abril.
Sobre o número de revendas, atualmente a montadora chinesa conta 24 pontos e pretende estar com 40 até agosto deste ano. O diretor estima que até o final do ano sejam 70 revendas abertas e ainda mais 30 em preparação. “A companhia realmente tem linha de produto, tem estratégia, e tem a agressividade necessária para junto com os seus concessionários buscar esse número”, afirma Antunes.
Em 2022, a empresa foi quem mais produziu veículos elétricos e híbridos, totalizando 1.858.364 de unidades. No ano passado, ela anunciou a venda de 911 mil unidades de elétricos puros, ficando atrás apenas da Tesla, que comercializou 1,3 milhão de veículos do tipo. Considerando os híbridos, a BYD chegou a 1,8 milhão de unidades vendidas.
Transporte coletivo elétrico
A BYD está há quase dez anos investindo no desenvolvimento da eletrificação do transporte coletivo no Brasil. Conforme Antunes, o uso da frota com eletrificação não é importante só por causa das questões ambientais e de poluição sonora, mas também por conta da economia de recursos públicos, pois embora o ônibus elétrico seja mais caro para adquirir, durante a operação do serviço ele se torna mais barato, gerando economia a longo prazo. “É um modal que traz muitos benefícios para a população e para o poder público. Nós temos uma frota grande de ônibus a qual a gente demonstra ao governo do Estado, prefeitura, governo federal, para que se monte um projeto de migração para essa nova tecnologia.”
O diretor citou algumas cidades que já tem em suas operações os ônibus da empresa, como São Paulo, São José dos Campos, Brasília, Maringá e Volta Redonda. Os municípios que já têm operação regular com os ônibus contam com a vantagem econômica além das vantagens ecológicas.
Em relação a um país como a China se tornar uma potência na indústria automobilística, Antunes destaca o posicionamento do país asiático em direção ao que busca atingir. “Há dez anos atrás a China direcionou que queria eletrificar a mobilidade. Ela começou pelos táxis, carros de polícia, incentivando a indústria local a produzir esse tipo de produto. Mais recentemente, uns sete ou oito anos atrás, eles começaram a incentivar o consumidor final a ter um carro elétrico. É um direcionamento, política de Estado de longo prazo com foco aonde quer chegar. Isso é muito importante para fazer uma migração tão rápida.”
“Essa capacidade que os chineses têm hoje de desenvolver novos produtos, está cada vez mais colocando essa indústria na vanguarda da eletrificação. A companhia está investindo em fábricas ao redor do mundo, já investiu em uma na Tailândia, está indo para uma outra fábrica na Malásia, existem conversas para uma fábrica na Europa. Há a confirmação do presidente para uma fábrica no Brasil, mas ainda não se sabe o local. Em breve vem novidades sobre o assunto”. A BYD tem 80 mil engenheiros pesquisadores e mais de 40 mil patentes.