Preço das ações da Eletrobras preocupa trabalhadores que investiram o FGTS na empresa

Desde junho de 2022, papéis da companhia já desvalorizaram 14,5%

Eletrobras | Foto: Eletrobras/Divulgação

Os cerca de 370 mil trabalhadores que utilizaram o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) na compra de ações a Eletrobras no processo de privatização da empresa em junho 2022, num investimento total de R$ 6 bilhões, vêm acompanhando diariamente a cotação dos papéis com preocupação. Isto porque na época da operação o preço foi de R$ 42 por ação, enquanto no fechamento de quarta-feira, 10, o valor chegou a de quarta-feira foi de R$ 35,92, o que resulta em uma desvalorização de 14,5% no período. E quem investiu o FGTS só pode vender as ações após junho deste ano.

Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a privatização da Eletrobras foi uma “sacanagem”, pois a companhia teria passado pelo processo de desestatização durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro para o pagamento de juros da dívida da gestão anterior.

Um estudo da TradeMap indica que os investidores já sacaram cerca de R$ 1 bilhão dos fundos destinados à privatização, com saída de cerca de 40 mil cotistas. A queda no preço das ações da Eletrobras representa uma perda de R$ 870 milhões em relação ao valor aportado pelos trabalhadores com o FGTS na oferta de privatização da companhia. E quem investiu o FGTS só pode vender as ações após junho deste ano. As perdas no valor das ações se acentuaram com sinais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que vai buscar reverter decisões tomadas no processo de privatização.