O primeiro trimestre de 2023 terminou com a atividade da indústria gaúcha estável. É o que revela a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta quinta-feira (11) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). Em março, o Índice de Desempenho Industrial gaúcho (IDI-RS) fechou em -0,1%, na comparação com ajuste sazonal em relação a fevereiro, quando encerrou com +0,1%, após duas quedas consecutivas (-0,7%, em dezembro, e -3%, em janeiro).
O índice no terceiro mês do ano continua bem acima, 8,1%, ao do nível anterior à pandemia, em fevereiro de 2020, mas caiu 6,7% desde setembro do ano passado. Segundo análise da Unidade de Estudos Econômicos da FIERGS, a demanda insuficiente, principalmente a doméstica, elevados níveis de incerteza econômica e juros altos continuam sendo os maiores obstáculos à atividade do setor industrial, afetando negativamente a confiança do empresário e, por consequência, os investimentos e a geração de emprego.
Os componentes do IDI-RS mais diretamente ligados à produção cresceram em março: faturamento real (2,9%), horas trabalhadas na produção (0,8%), utilização da capacidade instalada (0,4 ponto percentual, alcançando o total de 80,3%) e compras industriais (1,2%). Entre os relacionados ao mercado de trabalho, o emprego, que não cresce há seis meses, ficou estável, e a massa salarial caiu 1,2%.
Nas comparações anuais, o IDI-RS de março, mesmo com dois dias úteis a mais, recuou 2,3% em relação ao mesmo mês de 2022, mantendo o sinal negativo desde que interrompeu, em janeiro de 2023, a sequência positiva de 28 meses. No acumulado do ano até março, a redução foi de 2% (-1,8% até fevereiro) em relação ao período equivalente do ano passado.
O destaque negativo entre os componentes do IDI-RS no primeiro trimestre de 2023 ficou especialmente com as compras industriais, com queda de 11% na comparação com o mesmo período de 2022. Também pesaram os recuos do faturamento real (-1,2%) e da UCI (-1,5 ponto percentual). Os demais componentes registraram altas: horas trabalhadas na produção, 0,5%; emprego, 1,5%, e massa salarial real, 7,5%.
Dez dos 16 setores analisados na pesquisa registraram queda na atividade industrial até março. Os maiores impactos negativos vieram de Produtos de metal (-7,3%), Químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis (-5,3%), Máquinas e equipamentos (-2,7%) e Metalurgia (-19,5%). Em sentido oposto, as altas mais importantes ficaram com Alimentos (3,1%), Couros e calçados (4,3%) e Equipamentos de informática e produtos eletrônicos (6%).