Dino promete tomar providências legais contra Telegram

Plataforma disparou mensagem contra PL das Fake News

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, publicou, na tarde desta terça-feira, no Twitter, mensagem afirmando que providências legais serão tomadas em relação ao Telegram. Horas antes, a plataforma de mensagens instantâneas promoveu o envio em massa de comunicado aos usuários contra o Projeto de Lei (PL 2630/2020), o PL das Fake News.

No texto, o Telegram alega que o PL “concede poderes de censura ao governo”. O Telegram adverte ainda que o monitoramento das postagens pelas próprias redes sociais pode criar “um sistema de vigilância permanente, semelhante ao de países com regimes antidemocráticos”.

Em resposta, Flávio Dino classificou o início da postagem do Telegram como “um amontoado absurdo” contra as instituições do país. O ministro ainda questionou se a big tech pretende provocar novos ataques contra a democracia, como os que ocorreram em 8 de janeiro, em Brasília, na tentativa de golpe contra o Estado brasileiro.

“A democracia está sob ataque no Brasil. Assim começa um amontoado absurdo postado pela empresa Telegram contra as instituições brasileiras. O que pretendem? Provocar um outro 8 de janeiro? Providências legais estão sendo tomadas contra esse império de mentiras e agressões”, publicou Dino.

O Ministério da Justiça disse à Agência Brasil que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) vai notificar o Telegram a respeito de mensagem divulgada. Além disso, outras medidas podem ser anunciadas em breve.

Google
Na semana passada, a página principal do Google também exibiu, abaixo da lacuna de buscas, um link de acesso à conteúdo contrário à proposta que tramita no Congresso Nacional deste 2020. O governo federal, por meio da Senacon, notificou o site, que retirou o conteúdo do ar.

Na ocasião, o órgão ainda determinou ao Google que informe os consumidores sobre eventual conflito de interesse na questão, já que a aprovação do projeto pode impactar nas operações da gigante de serviços online e software.

No entanto, o projeto de lei atacado pelas chamadas big techs teve a votação adiada pela Câmara dos Deputados. Ainda não há novo prazo para que o PL das Fake News seja votado pelos parlamentares.