Polícia ouve testemunhas que divergem de PM sobre morte de lutador após briga na zona Norte de Porto Alegre

Companheira de Mauro Chaulet relata que atleta não disparou contra a guarnição antes de ser alvejado

Mauro Chaulet. Foto: Redes Sociais / Reprodução

A Polícia Civil confirmou à Rádio Guaíba que investiga relatos divergentes do apresentado pelo policial militar envolvido em uma briga com o lutador de MMA Mauro Chaulet, de 36 anos, morto após ter sido baleado no último fim de semana, quando saía do Auma Bar, no bairro Floresta, zona Norte de Porto Alegre.

Durante o desentendimento, segundo o boletim de ocorrência, o lutador conseguiu se apossar da arma do policial e efetuar um disparo, atingindo o militar na região da virilha. Chaulet, abordado por uma guarnição na saída do bar, supostamente revidou a tiros, sendo atingido nas costas ao tentar deixar o local em um Mercedes-Benz C 250. O soldado e a companheira do atleta, Raquel de Maia Almeida, baleada no abdômen, sobreviveram.

A mulher, conforme apurado, relata que o lutador não disparou contra a guarnição antes de ser alvejado. Raquel, que acumula antecedentes por receptação, lesão corporal, falsificação de documentos, estelionato e ameaça, também alega não ter visto o policial de folga ser atingido na virilha.

Contatado pela reportagem, o delegado Eric Dutra confirmou que o militar recebeu atendimento no Hospital de Pronto Socorro. O policial, no entanto, aguarda o laudo médico.

“Ele deu entrada no HPS, mas ainda não chegou o laudo para a gente. Há mais de uma versão e estamos analisando cada uma. Também estamos analisando imagens e confrontando relatos”, declarou o titular da 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios da capital.

O diretor de Departamento de Homicídios, Mario Souza, ressalta que há também versões corroborando o registro da BM. Segundo o delegado, outras testemunhas confirmaram que Chaulet se apossou da arma do PM.

“Houve uma briga dentro do bar, entre terceiros, e o Chaulet teria interferido, não para separar, mas para atingir o policial militar”, destacou Souza.

O desentendimento, ainda conforme o delegado, teve início entre a companheira do soldado e outra mulher, acompanhada de um amigo do lutador.