Desde o início do ano, moradores de um dos mais tradicionais bairros de Porto Alegre, na zona Centro-Sul da capital, sofrem com a falta de segurança na região. Assaltos à mão armada, furtos a residências, aos centros comerciais e aos pedestres vêm se tornando cada vez mais frequentes, levando sensação de medo a quem mora no bairro, como comenta o administrador César Augusto Goulart: “A nossa sensação é de pânico, porque a gente viu nos últimos quatro meses uma onda de arrombamentos e furtos que estavam acontecendo mais à noite, mas agora não tem mais horário, e, devido à impunidade, eles estão tendo mais coragem de atuar em vários horários do dia, e aí quem está se recolhendo é a população do bairro”, relata.
César conta também que no quarteirão onde mora, sete estabelecimentos foram arrombados nos últimos meses, e que é comum os comerciantes reclamarem de furtos não também durante o dia, inclusive à mão armada.
O 1º Batalhão da Brigada Militar, responsável pela área, salienta que intensificou as ações de abordagem e identificação de indivíduos, e que 20 prisões ocorreram no bairro desde o início do ano. Alguns dos criminosos são reincidentes, como um indivíduo que já acumula 22 passagens na polícia por furto qualificado, em residências e centros comerciais na região. O comandante do 1º BPM, major Márcio Luiz da Costa Limeira, garante que a corporação está ciente dos crimes que vêm acontecendo e que medidas vão ser tomadas para restaurar a sensação de tranquilidade entre os moradores.
“O Comando de Policiamento da Capital (CPC) instituiu uma força de emprego tático com soldados recentemente formados. A região vai receber então esse policiamento a pé para que a gente possa então aumentar a percepção da população, além de prevenir os crimes e aumentar a proximidade com a comunidade, comerciantes e moradores”, assegura o major.
Limeira também ressalta que está em contato com a Polícia Civil para que os criminosos possam ser responsabilizados e que trabalha com o apoio da comunidade para poder identificar essas pessoas e efetuar as prisões. Porém, de acordo com o morador César Goulart, as ações vêm sendo insuficientes para diminuir a criminalidade. Por isso, ele explica que a Associação de Moradores do Bairro Menino Deus vêm fazendo passeatas e trazendo a público essa situação.