Tá na Mesa alerta para efeitos da falta de saneamento básico no RS

Especialista aponta que, em 2021, o RS despejou na natureza 445 piscinas olímpicas diárias de esgoto sem tratamento

Crédito: Rosi Boni/Divulgação

Em 2021, o Rio Grande do Sul despejou na natureza 445 piscinas olímpicas diárias de esgoto sem tratamento. O número por si assusta e, apresentado pela CEO do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, que reúne informações sobre o saneamento básico no Brasil inteiro, fica mais alarmante. Estes e outros dados foram apresentados durante reunião-almoço Tá na Mesa, da Federasul, que teve ainda a participação do secretário chefe da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Artur Lemos.

Para Luana, a universalização do saneamento básico no Rio Grande do Sul pode gerar até 2033 um total de R$ 34,3 bilhões em benefícios econômicos e sociais. “Entretanto, a falta de saneamento tem impacto direto na saúde da população, provocando 8 mil internações por doenças de veiculação hídrica no estado, de acordo com números de 2019”, comentou a CEO do Instituto Trata Brasil.

O secretário Artur Lemos concentrou a fala em críticas ao comportamento contrário à privatização da Corsan e apresentou dados sobre os 317 municípios atendidos pela companhia. Entre eles, o de que, no Rio Grande do Sul, apenas 33,5% da população tem acesso à coleta e tratamento de esgoto, enquanto a média da Região Sul é de 47% e a do Brasil chega a 55%.

Entre os riscos de a Corsan ser mantida como pública estão, na opinião de Lemos, a revogação da comprovação presumida da capacidade econômico-financeira, crescimento do passivo trabalhista, incapacidade de cumprir contratos com municípios previstos até 31 de dezembro de 2033, e perda dos principais ativos e de receitas, entre outros. “Após a realização do leilão para alienação do controle da Corsan, o Executivo aguarda decisões da Justiça que viabilizem a assinatura do contrato”, comentou Lemos.