Dados da atividade econômica surpreendem mercado financeiro

Bancos e consultorias estão revisando para cima as projeções para o crescimento do PIB

O desempenho do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que avançou 3,32% em fevereiro, sendo que em janeiro a queda havia sido de 0,09% surpreendeu o mercado financeiro e está obrigando algumas instituições financeiras a revisar suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Mexeu tanto que depois deste resultado o dólar fechou a sexta-feira em alta de 0,15% e cotado a R$ 4,98.

Entretanto, no mês de abril, a moeda norte-americana terminou em queda 1,6%. Nesta segunda-feira, feriado, não há operação no mercado brasileiro. Já a Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou as operações da sexta-feira em alta de 1,47%, a 104.431 pontos. O volume financeiro somou apenas 25 bilhões de reais. Com o resultado o indicador acabou a semana em alta de 0,06% e de 2,5% no mês. Nesta segunda-feira, feriado, não há operação no mercado brasileiro.

Esta foi a taxa mais elevada do IBC-Br desde junho de 2020, quando chegou a 4,86%, as das consecutivas quedas posteriores devido à Covid-19. Grandes bancos mudaram suas projeções, sendo as mais otimistas com uma previsão que passou de alta de 1,5% para 1,8%. Este otimismo é compartilhado, claro, pelo governo Federal. “Nós mesmos, da Fazenda, estamos pensando em reestimar para mais a expectativa de crescimento para o ano de 2023”, comentou o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

TAXA DE DESOCUPAÇÃO

De janeiro para fevereiro, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 142,75 pontos para 147,49 pontos, o maior patamar desde março de 2014 (147,79 pontos), conforme a série histórica iniciada em 2003. Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira, 28. Na comparação entre os meses de fevereiro de 2023 e de 2022, houve crescimento de 2,76%.

Outro dado econômico que interferiu na interpretação dos agentes econômicos foi a taxa de desocupação do trimestre de janeiro a março de 2023, que chegou a 8,8%, um aumento de 0,9 ponto percentual em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2022. Entretanto, nos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pnad Contínya, a população desocupada recuou 21,1% (menos 2,5 milhões de pessoas) na comparação com o ano. O contingente de pessoas ocupadas (97,8 milhões) cresceu 2,7% (mais 2,6 milhões de pessoas) ante o mesmo trimestre de

Mas há quem navegue com cautelas nestes indicadores. Entre aqueles que tem dúvidas dos impactos destes números as justificativas se concentram em desempenhos dos setores de serviços, comércio e indústria, todos com resultados que não estimulam otimismo nos primeiros movimentos de 2023