Polícia Civil indicia pais de menor que planejava atacar escola em Maquiné

Casal vai responder por indução e incitação de crime de apologia ao nazismo e de preconceito e discriminação, bem como por corrupção de menores

Foto: PC / Divulgação CP Memória

A Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil anunciou nesta quarta-feira o indiciamento dos pais do adolescente, de 14 anos, que planejava um ataque a uma escola de Maquiné, no Litoral Norte. O casal, que foi preso preventivamente, vai responder por indução e incitação de crime de apologia ao nazismo e de preconceito e discriminação, bem como por corrupção de menores. O delegado Gabriel Bicca, após oitiva de todos os envolvidos e pessoas ligadas à escola, apurou que os pais tiveram responsabilidade no fato e devem responder pelos crimes.

“O adolescente já havia sido responsabilizado pelos crimes de terrorismo e apologia ao nazismo pela DP de Maquiné, após a sua apreensão na noite anterior ao ataque com farto material probatório”, recordou por sua vez o diretor do Grupamento de Operações Especiais da CORE, delegado Marco Antônio Duarte de Souza. O menor apreendido encontra-se recolhido em uma unidade da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul (FASE-RS), conforme determinação da Justiça.

Ele afirmou também que “os pais podem responder, como no presente caso, juridicamente em função de ação ou omissão relevante em relação aos seus filhos que pratiquem crimes de apologia ao nazismo ou efetuem atentados contra escolas”. Já o diretor da CORE, delegado Bolivar Llantada, destacou que “a ação rápida e eficaz das agências de segurança evitou uma tragédia no estado do Rio Grande do Sul”.

A ação da CORE, que teve apoio do 8º BPM, resultou na noite do dia 11 deste mês no recolhimento de um simulacro de arma de fogo, uma espingarda de pressão, facas, soqueiras, fardas camufladas, fotos e bandeiras nazistas e fascistas, toucas ninjas, luvas, camisetas, capacetes, livros, documentos, discos rígidos de computadores e telefones celulares.

A descoberta do plano de ataque em Maquiné ocorreu após a detenção de um jovem que pretendia fazer um ataque no Paraná. As autoridades paranaenses apuraram as ligações dele com outros no país, incluindo o adolescente gaúcho. Houve então a constatação de que os pais do menor também eram adeptos do discurso de ódio e da doutrina neonazista.