Caça ilegal de animais silvestres é alvo da Polícia Civil em Eldorado do Sul

Armas, aves da fauna nativa em cativeiro, equipamentos para corte, máquina para recarga de munição, cartuchos, gaiolas, e carne de animais abatidos foram apreendidos

Foto: PC / Divulgação / CP

A caça ilegal de animais silvestres foi alvo na manhã desta quarta-feira da Polícia Civil na cidade de Eldorado do Sul. A operação Caçadores do Banhado foi desencadeada pela Delegacia do Meio Ambiente (Dema), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), sob comando da delegada Sámieh Bahjat Saleh.

A ação contou com o apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e teve como objetivo a repressão à prática do crime de caça ilegal de animais silvestres e condutas ligadas à comercialização, porte e posse ilegal de armas de fogo.

Os agentes cumpriram dez mandados de busca e apreensão, sendo recolhidas armas, aves da fauna nativa em cativeiro, equipamentos para corte, máquina para recarga de munição, cartuchos, gaiolas, e carne de animais abatidos, entre outros materiais.

Segundo a delegada Sámieh Bahjat Saleh, a investigação começou na metade do ano passado a partir de uma denúncia de caça de animais silvestres e uso de armas irregulares. Na época, a equipe da Dema apreendeu uma pistola calibre nove milímetros, um fuzil AR 15, um kit roni que transforma pistola em submetralhadora, em um bar de Eldorado do Sul. Um indivíduo foi indicado na ocasião.

O trabalho investigativo prosseguiu identificou mais oito suspeitos que comprovadamente caçavam patos e marrecos, entre outras aves, na região. Conforme a delegada Sámieh Bahjat Saleh, eles utilizavam as aves para consumo e para presentear uns aos outros, “embora se tenha informação primária de que as aves eram comercializadas no bar”.

Ela observou que até o momento não foi verificada a caça a animais em extinção. “A atividade de caça ilegal de espécimes da fauna silvestre, nativo e em rota migratória, traz um prejuízo enorme ao meio ambiente, uma vez que a retirada destes animais de seus habitats gera desequilíbrios aos ecossistemas de origem”, afirmou a titular da Dema.

“Proibida no país desde a década de 60, além dos prejuízos ao meio ambiente, a caça clandestina e o consumo de carne de animais silvestres, trazem uma série de riscos à vida humana, fazendo com que os riscos de doenças aumentem”, disse. “O surgimento de novas doenças infecciosas, particularmente zoonoses, está aumentando e o consumo de carne selvagem pode representar risco para a saúde humana e animal tornando-se um problema de saúde pública”, acrescentou.