Em dois meses, devem ser finalizados os estudos necessários para embasar a demolição de do edifício Galeria XV de Novembro, mais conhecido como Esqueletão, no Centro Histórico de Porto Alegre. O secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos de Porto Alegre, Cezar Schirmer, mencionou essa previsão, nesta quarta-feira, um dia depois de a Justiça autorizar a demolição.
“Nós contratamos uma empresa para fazer esse estudo técnico. Temos que saber se vamos implodir ou se vai demolir tijolo a tijolo”, explicou o secretário. Segundo Schirmer, a empresa que já presta serviços para o município começou esse estudo 30 dias atrás. O prazo total é de 90. “Em torno de até 60 dias para a conclusão”, afirmou.
Depois que o laudo estiver concluído, a prefeitura vai abrir a licitação para escolher a empresa responsável pela demolição. Não há prazo para o Esqueletão deixar de existir, mas o secretário projeta que isso ocorra ainda dentro da gestão do prefeito Sebastião Melo. “É difícil falar em prazo, mas esse é um desejo meu. Que ao menos até o fim do governo a demolição tenha sido realizada ou pelo menos iniciada.”
Erguido há quase sete décadas na rua Marechal Floriano Peixoto, o prédio que nunca ficou pronto vai ser, agora, demolido com o aval da 10ª Vara da Fazenda Pública, do Foro Central de Porto Alegre.
Além do método, o laudo vai definir também o custo da operação assim como os cuidados a serem utilizados durante a demolição. “O estudo é importante, porque vai nos dizer se tivermos que fechar as ruas… vai dizer se o prédio do lado corre risco. Ele é a base”, detalhou Schirmer.
Para o secretário, a demolição do antigo prédio deve ser mais complexa que, por exemplo, a do antigo edifício da Secretaria de Segurança Pública, implodido em fevereiro do ano passado, após ter sido destruído por um incêndio. “Ele (Esqueletão) está localizado em uma região de muita movimentação, com prédios encostados nele”, lembrou.
Schirmer disse que a ideia é de que o custo de demolição seja inicialmente pago pela prefeitura com o valor sendo, depois, ressarcido pelos proprietários do imóvel. A decisão judicial autoriza que a Prefeitura faça essa cobrança.
Na avaliação do secretário, o terreno do Esqueletão deve ficar para a Prefeitura, em troca dos valores gastos com a demolição e os laudos, além da dívida em IPTU acumulada pelos donos do prédio.
Conforme Schirmer, a prefeitura vai fazer uma nova avaliação do valor do terreno. O Esqueletão conta com uma centena de proprietários, muitos até desconhecidos, donos de lojas e apartamentos que nunca foram entregues.
Independentemente disso, Schirmer entende que o mais importante já está definido. “A questão judicial está bem resolvida. O Esqueletão é um símbolo negativo e a sua demolição é o símbolo da revitalização do Centro Histórico”, ressalta.