Famílias recebem ajuda após temporais que atingiram zona Sul de Porto Alegre, Guaíba e Barra do Ribeiro

Temporal causou ventos de até 108 quilômetros nesse domingo

Foto: Maicon Bock/ Especial/ Rádio Guaíba

A zona Sul de Porto Alegre e municípios próximos, como Barra do Ribeiro e Guaíba, tiveram nesta segunda-feira um dia de contabilização dos estragos e conserto dos locais afetados pelos temporais desse domingo. No fim da tarde, o vento chegou a 108 km/h na estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) do Belém Novo, de acordo com a MetSul Meteorologia. Em Guaíba, um homem ficou ferido no rosto, depois de atingido por uma pedra de granizo, de acordo com a Prefeitura.

As pedras de gelo e a chuva acumulada, de até 30,6 milímetros, contribuíram para elevar os estragos na zona Sul. Em Porto Alegre, a CEEE Grupo Equatorial informou na manhã de hoje “ocorrências pontuais” nos bairros Restinga, Lomba do Pinheiro, Aberta dos Morros, Ipanema, Ponta Grossa e Jardim Isabel, e que a maioria dos clientes já havia tido a energia restabelecida. Já a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) atendia 11 demandas até essa manhã.

Dessas, dez envolviam árvores caídas junto à estrada Retiro da Ponta Grossa, no bairro Ponta Grossa. A água invadiu casas e, em vias laterais à estrada, a maioria dos postes caiu, causando falta de energia elétrica. Houve ainda ocorrências relacionadas a árvores na avenida Edgar Pires de Castro, estrada Gedeon Leite e na rua Mário Totta.

Ainda nessa manhã, ao menos duas escolas do entorno dispensaram os alunos, em razão dos alagamentos e da falta de energia: a Municipal de Ensino Infantil (EMEI) Ponta Grossa e a Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) José Loureiro da Silva, onde grande parte do pátio interno ficou tomado pela água. A equipe diretiva da EEEF José Loureiro da Silva se mobilizou para limpar o local, mas não havia previsão de retorno da luz. “Ontem mesmo avisamos aos pais e alunos. Alguns corredores ficaram tomados de água”, informou a diretora Maristela Silveira.

A linha de ônibus 171 – Ponta Grossa, que prossegue pela estrada, não pôde continuar o trajeto normal no sentido Leste-Oeste em razão dos postes caídos no entroncamento com a rua Aldo Alves da Silva. Com isso, quem dependia da linha precisou caminhar cerca de um quilômetro até embarcar no coletivo, que é o único a passar pela região.

Próximo dali, árvores caíram sobre a cerca externa do 8º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (8º Esqd C Mec), instalação do Exército no bairro Serraria, danificando a proteção. De acordo com a Defesa Civil Municipal, houve danos em 30 casas, a maioria na Restinga, com entrega de lonas, além de colchões e cobertores. Não houve desabrigados ou desalojados na capital.

Estragos na Região Metropolitana
Em Guaíba, o prefeito Marcelo Maranata disse, nesta segunda-feira, que deve encaminhar decreto de calamidade pública junto à Defesa Civil Estadual. Ao menos 100 famílias foram afetadas no município, especialmente nas localidades de Alto do Mathias e Serrinha, na divisa com Barra do Ribeiro.

“Foram pedras muito grandes que caíram, algumas com diâmetro de oito centímetros. Casas e carros foram destruídos e animais morreram. Desde ontem, estamos atendendo esta comunidade. Foi um horror”, afirmou ele. A Prefeitura montou uma base de operações no Alto do Mathias, onde há o cadastro de famílias para a distribuição de lonas e reformas de telhado.

No município de Barra do Ribeiro, também 100 residências foram afetadas na Serrinha, com granizos que chegou a dez centímetros de diâmetro. A Prefeitura relatou que enviou carros, caminhões e lonas para atender as famílias atingidas e minimizar os estragos, e começou ontem a cadastrar famílias que dependem de apoio. “Sabemos que esse tipo de situação é muito difícil para quem é afetado e estamos trabalhando para minimizar os impactos causados pelo temporal”, afirmou o prefeito Jair Machado.

O que causou o temporal
Conforme a MetSul Meteorologia, o temporal resultou do deslocamento de uma “pequena e poderosa” célula de tempestade, formada na margem Oeste da Lagoa dos Patos, imediatamente ao Sudoeste de Porto Alegre. O fenômeno se formou em consequência da atuação de uma área de baixa pressão atmosférica no Rio Grande do Sul. Em seguida, a célula avançou para a cidade de Guaíba e depois para o Sul de Porto Alegre. Na zona Norte e área central, por exemplo, houve apenas chuva fraca, sem efeitos maiores.