“Perdemos o inventor do rock gaúcho”, lamenta Alemão Ronaldo, sobre morte de Fughetti Luz

Vocalista da Bandaliera relembrou período em que conviveu com o amigo

Fughetti Luz. Foto: Redes sociais / Reprodução

Um dos mais conhecidos vocalistas do Rio Grande do Sul, Alemão Ronaldo lamentou a partida de Marco Antonio de Figueiredo Luz, o Fughetti Luz, morto aos 76 anos, nesta sexta-feira, em Porto Alegre. Contatado pela Rádio Guaíba, o líder da Bandaliera relembrou a convivência com o colega, a quem classificou como ‘inventor’ do rock do Rio Grande do Sul.

“Faltam palavras. Eu ainda nem tocava e já o admirava, sempre o acompanhando em shows do Liverpool e Bixo da Seda. Depois, mais velho, comecei a tocar com ele. Foi um sonho realizado. A gente perdeu o inventor do rock gaúcho”, declarou o cantor.

Na voz de Alemão Ronaldo, composições de Fughetti como ‘Campo Minado’ e ‘Nosso Lado Animal’ tornaram-se clássicos do rock sulista. O músico do Bixo da Seda, após o fim do conjunto – relembrou Alemão -, passou a integrar a Bandaliera como compositor do grupo.

“Tivemos a sorte de trabalhar com ele durante quase 10 anos. Ele foi um membro da Bandaliera também. Naquela época, havia dificuldades com direitos autorais, então fizemos um acordo que ele seria um membro da banda e ganharia a mesma coisa que ganhávamos nos shows”, relembrou o vocalista.

Alemão Ronaldo. Foto: Redes sociais / Reprodução

Ainda segundo o músico, além do legado na música, Fughetti também vai ser lembrado pelo bom humor e pela maneira divertida de ser. “Ele era brincalhão. Era o cara que alegrava a turma, sempre de alto astral. Para mim, que o acompanhava desde o tempo das reuniões dançantes, está sendo muito difícil”, concluiu.

Trajetória

Fughetti Luz comandou o grupo Liverpool, nos anos 1960 e início dos 70. O disco de estreia, em 1969, influenciado por rock inglês e tropicalismo, conquistou, anos após o lançamento, aclamação da crítica nacional e estrangeira.

Na metade dos anos 70, os integrantes da banda fundaram o Bixo da Seda, com influências de rock pesado e progressivo. O conjunto chegou a se apresentar em grandes festivais de música pelo Brasil, em Santa Catarina, Rio de Janeiro, Paraná. No fim dos anos 70, o grupo se separou e Fughetti retornou a Porto Alegre.

Nos anos 80, o roqueiro continuou a compor em parcerias. Expoentes do rock gaúcho da época, como Taranatiriça e Bandaliera, foram alguns dos principais interpretes das canções do veterano.

Em carreira solo, lançou dois discos: o primeiro, homônimo, lançado em 1998, e o segundo, intitulado “Xeque-Mate”, de 2002. Subiu ao palco pela última vez em 2004, com a banda Tutti-Frutti.