O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), criticou a carga de impostos cobrada no País durante entrevista, na tarde desta quinta-feira, ao programa Boa Tarde Brasil, da Rádio Guaíba. Zema está em Porto Alegre para participar, com o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB), do painel “Os rumos políticos do Brasil: para quem não sabe onde vai, qualquer caminho serve”, dentro da programação do Fórum da Liberdade. Considerado o maior evento pró-liberdade do mundo, o Fórum ocorre em Porto Alegre até esta sexta, na PUCRS.
O chefe do Executivo mineiro se declarou favorável a que a tributação, no longo prazo, seja reduzida ou, no mínimo, fique como está.
“O brasileiro está cansado de pagar imposto, ninguém quer pagar tanto imposto pesado e eu sou favorável a uma tese de que, ao longo do tempo, a tributação deveria ficar no máximo como está, ou até ir reduzindo para obrigar todo ente público a ficar mais eficiente“, declarou.
Zema também se disse favorável à reforma tributária, proposta que unifica os cinco tributos pagos hoje pelo brasileiro.
“Eu sou favorável à reforma tributária. Eu já estudei e qualquer pessoa que hoje paga impostos será também favorável. Nós temos casos hoje de a prefeitura cobrar determinado imposto de determinada atividade, o estado querer ir lá e cobrar também, e a empresa não sabe para quem pagar. Então, com essa nova modalidade, onde vai unificar tudo, você passa a deixar esse questionamento de lado. Nós estamos falando de cinco impostos: ISS, ICMS, IPI, PIS, PIS e Cofins, que vão se transformar em imposto sobre valor agregado, o IVA. Ou então no imposto sobre bens e serviços, o IBS. Mas hoje cada um tem uma base de cálculo”, salienta.
Questionado sobre os atos de 8 de janeiro, Zema criticou o governo do atual presidente Lula, citando ter sido autoritário após a condução das investigações sobre o ocorrido no início do ano.
“Esse governo que se diz tão é anti-autoritarismo, parece que está agindo exatamente da mesma forma. Detendo pessoas sem nenhum inquérito, sem nenhuma condenação. Eu não sou advogado, né? Nem sei usar as melhores palavras, mas há arbitrariedade, na minha opinião. O nosso deputado federal Marcel [Van Hattem], que acompanhou aí de perto a situação, sabe muito bem como isso foi mal conduzido“, avaliou.
Já em entrevista ao Correio do Povo, o governador mineiro elogiando a gestão de Eduardo Leite à frente do Palácio Piratini e não rechaçou uma eventual “dobradinha” com o tucano em 2026, embora não se considere um presidenciável neste momento.
Sobre os primeiros 100 dias do governo Lula (PT), o mineiro, que garante manter uma relação republicana com o Planalto, analisa como “ressentido”, “lembrando muito do passado” e julgando “estar em 2003”.
Nesta sexta, Romeu Zema visita o Gramado Summit, na Serra Gaúcha, e, no sábado, palestra para empresários em Carlos Barbosa e Caxias do Sul.