Solidariedade e parceria entre a gestão pública e o cidadão são as únicas formas de vencer a batalha contra a dengue

RS registrou nesta terça-feira a terceira morte causada pelo mosquito Aedes Aegypti em 2023

Foto: Freepik/R7/Reprodução

O Rio Grande do Sul registrou nesta terça-feira o terceiro caso de morte causada pela dengue em 2023, de uma mulher de 44 anos, residente em Gramado, na Serra. Até o momento, o Estado tem 4.674 casos confirmados da doença, dos quais 4.262 autóctones, quando o contágio ocorre sem que o paciente viaje a outra cidade.

Em entrevista à Rádio Guaíba, o diretor-adjunto do Centro de Vigilância em Saúde (CEVS), Marcelo Valandro, ressaltou que o combate ao Aedes Aegypti, mosquito responsável pela transmissão da doença, depende de um esforço coletivo e não somente das autoridades públicas.

“Se a gente não der as mãos e todos fizermos uma parte desse processo, a gente não vai ter sucesso. Essa não é uma doença onde a gente tem que esperar as autoridades agirem. A gente precisa todos agirmos para que a gente possa evitar esse desfecho. Afinal de contas ela é uma doença que pode aparecer numa pessoa e ela só vai ter êxito de transmissão se tiver esse mosquito”, ressaltou Valandro.

As medidas de prevenção à proliferação e circulação do Aedes são fundamentais no combate a dengue. Ações como a limpeza e revisão das áreas interna e externa das residências ou apartamentos, eliminação dos objetos com água parada podem impedir o mosquito de nascer, assim como o uso de repelentes, de forma individual.

O contágio se dá através de um mosquito contaminado. Valandro reforça que a diminuição do número de casos é proporcional ao número de vetores do virus. “O mosquito por si só não transmitiria. E uma pessoa não transmite para outra pessoa a doença. Ele precisa achar uma pessoa doente para se contaminar e aí sim seguir com a transmissão. É uma questão de probabilidades, quanto menos mosquitos a gente tiver, menos possibilidades de encontrar pessoas infectadas e assim passar a transmissão”.

As autoridades recomendam às pessoas buscar um médico assim que os sintomas surgirem. Muitos deles se assemelham aos da gripe, mas conforme Marcelo Valandro, alguns da dengue são bem específicos. “A dengue tende a assolar mais aquele quadro sistêmico onde a pessoa tem febre, dor no corpo, muitas vezes aquela dor da sensação que a gente fala, retro orbital, aquela dor no fundo dos olhos de quem já teve dengue sabe. Mas obviamente vão ter sintomas que vão ter em ambas as doenças.”

Em 2022, o RS registrou os maiores índices da doença em toda a série histórica. Foram mais de 57 mil casos autóctones e outros 11 mil casos importados, com 66 óbitos atribuídos à dengue.