A Polícia Federal toma, nesta quarta-feira, os depoimentos de 89 militares sobre os atos extremistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília. As oitivas ocorrem na Academia Nacional de Polícia, em Brasília.
O R7 apurou que, entre os três generais convocados a se manifestar, Gustavo Dutra de Menezes, que esteve à frente do Comando Militar do Planalto na ocasião, prestou depoimento pela manhã.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou Menezes do cargo nessa terça-feira e, no mesmo ato, nomeou o oficial quinto subchefe do Estado-Maior do Exército.
Em 27 de fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que a Corte vai processar e julgar os atos extremistas, independentemente de os investigados serem civis ou militares.
Na época, Moraes também autorizou a abertura de uma investigação para apurar a autoria de eventuais crimes cometidos por integrantes das Forças Armadas e das Polícias Militares relacionados à depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF.
O ministro explicou que o Código Penal Militar não tutela a pessoa do militar, mas a dignidade da própria instituição. De acordo com Moraes, a Justiça Militar da União não detém competência para processar e julgar militares das Forças Armadas nem dos estados pela prática dos crimes ocorridos em 8 de janeiro.