A Polícia Federal ouve nesta quarta-feira (12) ao menos 80 militares sobre os atos extremistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas. Os depoimentos devem ser prestados na Academia da corporação, em Brasília. Segundo apuração do R7, o general Gustavo Dutra de Menezes, que estava à frente do Comando Militar do Planalto na ocasião, também deve ser ouvido.
Em 27 de fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que a Corte vai processar e julgar os atos de vandalismo, independentemente de os investigados serem civis ou militares.
Na época, Moraes também autorizou a abertura de uma investigação para apurar a autoria de eventuais crimes cometidos por integrantes das Forças Armadas e das Polícias Militares relacionados à manifestação que resultou na depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e da sede do STF.
O ministro explicou ainda que o Código Penal Militar não tutela a pessoa do militar, mas sim a dignidade da própria instituição das Forças Armadas. De acordo com Moraes, a Justiça Militar da União não tem competência para processar e julgar militares das Forças Armadas nem dos estados pela prática dos crimes ocorridos em 8 de janeiro.
Conivência
Em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou estar “convencido” de que as portas do Palácio do Planalto foram abertas para que manifestantes extremistas entrassem e invadissem o edifício.
“Estou esperando a poeira baixar, mas quero ver as fitas que foram gravadas dentro do STF, do Planalto. Teve muita gente conivente, muita gente da PM conivente, muita gente das Forças Armadas conivente. Estou convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para que gente entrasse, porque não tem porta quebrada, significa que alguém facilitou a entrada”, afirmou.