Gasolina é vendida em Porto Alegre sem impostos em protesto contra alta carga tributária

Ação ocorre nesta quarta-feira em um posto de combustíveis no bairro Floresta

Foto: Rafael Albani

Uma iniciativa realizada nesta quarta-feira em um posto de combustíveis no bairro Floresta, em Porto Alegre, pela Frente Parlamentar da Reforma Tributária da Câmara Municipal, presidida pelo vereador Ramiro Rosário, buscou chamar a atenção da comunidade para a alta carga tributária paga nos combustíveis. Dez mil litros de gasolina foram vendidos sem qualquer imposto, ao preço de R$ 4,29 o litro, cerca de R$ 1,30 mais barato do que o valor comumente praticado na bomba, de R$ 5,59.

A ação, restrita a dez litros por veículo, e em alusão ao Fórum da Liberdade, que ocorre amanhã e sexta-feira na PUCRS, provocou filas de motoristas, que, em alguns casos, vieram inclusive de outros municípios para aproveitar. De acordo com o vereador, a iniciativa busca trazer visibilidade aos impostos cobrados nos itens de consumo. “Estamos trazendo a discussão para o dia a dia, para que o consumidor possa visualizar de forma muito prática, aquilo que discutiremos no Fórum: menos intervenção estatal, a capacidade de o governo não interferir tanto e deixar as pessoas crescerem por sua própria vocação”, afirmou Rosário.

O proprietário do posto, Fernando Kasper, é argentino, e abriu o estabelecimento na Capital há três meses, na esquina das ruas Cristóvão Colombo e Alberto Bins. “O Brasil é um país maravilhoso, e imagino que pode ter um crescimento maior. Se tudo continuar como está, no final do ano o litro da gasolina será vendida a R$ 8 ou R$ 9. É só calcular o preço do barril do petróleo e ver a situação do real. E estou vendo que todos estão gostando desta ação de hoje”, salientou ele.

O aposentado Ivan Rabelo, morador de Gravataí, veio a Porto Alegre para uma consulta médica e soube da ação por placas instaladas no entorno. “Esta iniciativa é importante. Mas de nada adianta se os políticos não fizerem sua parte. Tomara que haja conscientização dos parlamentares e do governo sobre a importância disto”, pontuou Rabelo. O também aposentado Américo Silva dos Santos, que mora próximo do posto, no bairro Independência, foi mais um que aprovou a iniciativa. “A carga tributária é muito alta. Esta ação deveria acontecer toda semana”, opinou.

Um escritório de advocacia contratado pela Frente Parlamentar calculou que 23,3% do preço do litro da gasolina comum ou aditivada equivale a imposto. O valor ainda deve aumentar a partir de 1º de julho, quando deverá entrar em vigor a alíquota unificada do ICMS nacional, saindo de 17% para 25%, mais a cobrança de PIS/COFINS e o retorno da CIDE. Até o próximo dia 30 de junho, os valores estão reduzidos por força de medida provisória.