A tragédia em uma creche de Blumenau e as supostas ameaças em escolas do Rio Grande do Sul deixaram aflita a comunidade escolar. Com isso, discussões sobre protocolos e outras medidas de segurança ganharam força. Em meio a incertezas, o Cpers/Sindicato relata que pais entraram em contato com a entidade. A presidente, Helenir Schürer, cita que a direção sindical recebeu 12 denúncias de escolas ameaçadas em cidades como Caxias do Sul, Porto Alegre, Canoas e Estrela.
“Alguns pais pedem para suspender as aulas enquanto não tiver uma forma de proteção para as escolas… Estão apavorados”, salienta, reforçando que passou as denúncias ao governo estadual. Diante do aumento de casos de violência e ameaças, Helenir cobra a adoção de medidas de segurança nas instituições de ensino e reforça o pedido de audiência com a Seduc e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a necessidade de publicação de protocolos de segurança e orientações. Helenir defende uma reestruturação pedagógica.
“Isso pode ser o foco de combate a esta violência, mas infelizmente não temos a presença de orientador educacional”, enfatiza. Conforme Helenir, muitas escolas também atendem sem monitor. “Quem está na portaria é alguém em recuperação de alguma doença, retirado do setor [onde originalmente trabalha]. Escola virou isso, um puxadinho”, dispara, acrescentando que isso é resultado da falta de investimentos em Educação. “Precisamos de um protocolo para essas situações, porque a maioria dos professores não sabe qual é o protocolo de segurança”, acrescenta.
Apesar dos relatos de redução de alunos nessa segunda-feira, a Secretaria da Educação (Seduc) garante que não houve impacto na frequência escolar das 2.311 escolas da rede estadual. A Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (Smed) informou que nenhuma instituição suspendeu atividades.
Em nota, o Sindicato do Ensino Privado do RS (Sinepe/RS) orienta as instituições de ensino que reforcem a vigilância e medidas preventivas de segurança e, diante de qualquer sinal que aponte algum transtorno, as autoridades competentes sejam comunicadas imediatamente.
O Sinepe orienta às escolas que sigam com as atividades programadas, mas ressalta que as instituições são autônomas para suspender as aulas se julgarem prudente ou se as autoridades locais assim o definirem. Na próxima quinta-feira, uma reunião entre as direções das escolas particulares vai debater medidas preventivas de segurança.