No Dia da Engenharia, IEEE comemora os avanços da tecnologia espacial

Engenharia espacial brasileira comemora o primeiro ano da órbita do nanosatélite brasileiro

Projeção do satélite Amazônia 1 DIVULGAÇÃO/INPE

No próximo dia 10 de abril, o IEEE (Instituto de Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, comemora, no Dia da Engenharia, os avanços da tecnologia espacial levando a comunicação para áreas remotas e o papel fundamental dos satélites no monitoramento ambiental.

Fernanda Lima Kastensmidt, membro do IEEE e professora no Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destaca que, em um momento em que o debate sobre o desmatamento da floresta amazônica está em alta, o maior país da América do Sul conta com uma malha de satélites exclusivamente para monitorar a região da Amazônia.

“As tecnologias dos satélites permitem, hoje, um monitoramento da geografia do planeta em três modelos: satélites óticos, térmicos e de radar, cada um com sua funcionalidade importante para a agricultura, o monitoramento ambiental, mineração, planejamento e prevenção de desastres”, afirma Kastensmidt, “Além disso, com os satélites menores (os nanosatélites), a indústria se democratizou, abrindo portas para que institutos e empresas menores possam ingressar nesse mercado, investindo em projetos de satélites e processamento de imagens.”

Fernanda acrescenta que “hoje em dia, esses satélites de pequeno porte recebem investimentos para trabalhar em rede no espaço. Chamamos de constelação de satélites. São mais baratos e de menor complexidade, mas por operarem em rede, trabalham com o mesmo poder de um único satélite de maior porte. Além disso, a democratização vai tanto para a parte de hardware, da construção dos componentes, como os profissionais e empresas de software, provendo melhor processamento e banco de imagens.”

Por outro lado, Renato Borges, membro sênior do IEEE e professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB), coordenador do projeto Alfa Crux, destaca os ganhos obtidos no primeiro ano de órbita do Alpha Crux, que “colocam a sociedade brasileira em posição de vanguarda nas operações espaciais. Acompanhar o dia a dia do satélite desde que entrou em órbita tem permitido aprendizados importantes para todo o campo da tecnologia aeroespacial brasileira, pois fazemos um trabalho diário dentro desse contexto e isso alimenta, imediatamente, trabalhos de graduação, dissertação de mestrado, teses de doutorado”.

Além disso, o Alfa Crux deverá levar a outra missão denominada Perception, que é uma constelação de satélites que vai ampliar a capacidade do projeto, com número maior de satélites, com mais funcionalidades, permitindo aplicações que demandam um intervalo de tempo mais curto.