A Corregedoria da Fundação Casa instaurou um inquérito administrativo para apurar um acidente envolvendo o adolescente de 13 anos que matou a professora Elisabeth Tenreiro e deixou quatro pessoas feridas durante ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro. De acordo com a Fundação Casa, o episódio ocorreu na quarta-feira no Centro de Atendimento Inicial e Provisório (CAIP) Gaivota, no centro de São Paulo. “Em depoimento à corregedoria, o jovem afirmou que caiu da cama durante o sono. Ele foi prontamente atendido e encaminhado para o atendimento médico”, informou a pasta por nota.
Questionada sobre a gravidade dos ferimentos, a Fundação Casa afirmou que não possui a informação, pois a investigação corre em sigilo para não atrapalhar a investigação. Desde a semana passada, o estudante está na unidade onde permanecerá internado provisoriamente por até 45 dias. A decisão segue as regulamentações do artigo 183 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Até a publicação da reportagem, a advogada de defesa da família do estudante não foi localizada.
Relembre o caso
O adolescente foi apreendido após ter atacado e ferido, com uma faca, quatro professores e dois alunos na escola, localizada na rua Doutor Adolfo Melo Júnior, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, na segunda-feira. O ataque ocorreu por volta das 7h30min, quando as aulas já tinham começado.
Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, uma das docentes atacadas pelo estudante, não resistiu aos ferimentos e morreu. Ela era funcionária aposentada do Instituto Adolfo Lutz, e, desde 2013, passou a se dedicar ao ensino de crianças. Pais de estudantes ouvidos pela reportagem contam que teriam ocorrido brigas entre alunos na última semana. O autor dos ataques teria sido um dos envolvidos, e a professora Elisabeth, vítima do atentado, uma das que separaram os conflitos.
Em depoimento, o rapaz afirmou que sofreu bullying ao longo de dois anos nas escolas em que estudou e que treinava golpes de faca em um travesseiro. As informações foram divulgadas pelo delegado Marcos Vinicius Reis, do 34° Distrito Policial, responsável pela investigação. “Falavam que ele era franzino, sobre o cabelo dele”, afirmou o delegado em entrevista coletiva. Reis diz, no entanto, ter dúvidas ainda sobre a motivação e afirma que a investigação prossegue.