Novo valor da passagem de ônibus em Porto Alegre vai ser divulgado em dez dias, projeta Melo

Também serão anunciadas mais mudanças em linhas do transporte coletivo da capital, disse o prefeito

Foto: Alex Rocha/PMPA

O prefeito Sebastião Melo afirmou que o reajuste do preço da passagem em Porto Alegre, que hoje custa R$ 4,80, vai ser anunciado dentro de dez dias. A declaração ocorreu, nesta terça-feira, antes da participação dele no evento de 60 anos da Associação dos Auditores-Fiscais da Receita Municipal da Capital (AIAMU), no Hotel Plaza São Rafael, no Centro Histórico. Além do valor atualizado da tarifa – depois de dois anos sem reajuste – , Melo salientou que também serão anunciadas mais mudanças em linhas de ônibus da cidade.

O prefeito afirmou que queria uma sinalização do governo federal sobre a existência de algum recurso para compor o subsídio, mas considerou que não há mais como esperar. Ele já pediu um estudo prévio do secretário municipal de Mobilidade Urbana (SMMU), Adão de Castro Júnior, e, a partir dele, determinou “recálculos e simulações”.

Também de forma oficial, a SMMU disse que não se manifesta sobre o conteúdo do documento até que ele seja concluído. Melo, no entanto, deixou claro que foram necessários alguns ajustes, já que não pode contar mais com o auxílio federal pago durante o ano passado, por meio de uma negociação entre a Frente Nacional dos Prefeitos e a União para custear, temporariamente, a gratuidade da passagem dos usuários de 65 anos ou mais. Porto Alegre recebeu R$ 25 milhões em 2022, embora o benefício custe R$ 84 milhões.

Segundo Melo, “não adianta anunciar um subsídio municipal que não se pode cumprir”, e é preciso considerar, por exemplo, as altas do diesel e do óleo.

Desde ontem, a Prefeitura também transferiu da Carris, que é uma empresa pública, para a iniciativa privada, por um prazo estimado de 120 dias, quatro linhas transversais do transporte coletivo, que começaram a circular com os novos operadores. De acordo com o prefeito, tratou-se de uma “simples troca” entre os prestadores, já que a Carris, durante a pandemia, também operou linhas privadas por um tempo determinado.

“O que aconteceu? Com o Programa de Desligamento Voluntário (PDV), cobradores saíram e ficaram poucos deles. Hoje, as empresas, sem mais cobradores estão pagando um pouco mais aos motoristas, e o mercado (setor privado) atraiu os motoristas da Carris. Estamos fazendo uma contratação emergencial e, neste período, para não desqualificar o serviço, transferimos algumas linhas para o privado”, detalhou.