“Meu único crime foi tentar proteger o país”, alega Trump, depois de indiciado

Ex-presidente discursou para apoiadores em Mar-a-Lago, mansão de luxo onde vive em Palm Beach, na Flórida

Foto: Mandel Ngan / AFP / CP

O ex-presidente Donald Trump discursou, na noite desta terça-feira, para apoiadores em Mar-a-Lago, mansão de luxo situada em Palm Beach, na Flórida. Antes de embarcar de volta à região, ele já havia feito uma publicação na rede Truth Social, afirmando que a “audiência foi chocante para muitos” e argumentando que “não havia caso”. O ex-presidente teve que se apresentar a tribunal em Nova Iorque, após ser indiciado.

Em Mar-a-Lago, Trump começou o discurso afirmando que “nunca pensou que uma coisa dessas poderia acontecer na América”. Na sequência, disse que o único crime que cometeu foi ter “tentado proteger o país daqueles que querem destrui-lo”. Ele ressaltou também que o caso, ao qual ele se referiu como “falso”, veio à tona para prejudicá-lo na campanha à corrida presidencial, em 2024.

Acusação
Trump é acusado de falsificar registros empresariais para esconder pagamentos feitos em troca do silêncio de pessoas. Segundo Alvin Bragg, promotor distrital de Manhattan, ele pagou por serviços fictícios em 2017 para cobrir esses crimes, ocorridos no ano anterior, às vésperas do pleito.

A denúncia aponta que Trump deu 34 declarações falsas e agiu para que outros também tenham dado. O ex-presidente alegou, por exemplo, estar pagando o advogado, Michael Cohen, por serviços jurídicos, quando “isso não era verdade”, de acordo com a promotoria de Manhattan. Cohen admitiu ter pago US$ 130.000 (R$ 660.000) à atriz Stormy Daniels, às vésperas da eleição presidencial, em troca do silêncio dela sobre um relacionamento extraconjugal com Trump.

Além do caso envolvendo Stormy, outros dois casos de suborno foram denunciados à justiça. O primeiro se refere a um pagamento de US$ 30 mil (R$ 152.000), feito por meio de um intermediário a um antigo porteiro da Trump Tower que acusou Trump de ter um filho fora do casamento. O segundo, conforme o promotor, envolveu uma mulher que recebeu US$ 150 mil de um jornal americano em troca de não falar nada sobre um relacionamento sexual que teve com Trump. A mulher, não identificada no processo, é frequentemente apontada como sendo Karen McDougal, uma antiga coelhinha da Playboy.