IPE Saúde: médicos credenciados definem paralisação por três dias na próxima semana

Categoria protesta contra defasagem de honorários, congelados desde 2011

Foto: Divulgação/Simers

Médicos credenciados do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (IPE Saúde) decidiram, em assembleia virtual realizada nesta segunda-feira, paralisar as atividades durante três dias da semana que vem, entre segunda e quarta-feira. Com isso, não serão realizadas consultas e nem procedimentos hospitalares eletivos pelo convênio, com o atendimento se restringindo a casos de urgência e emergência.

De acordo com o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcos Rovinski, a deliberação unânime dos mais de 200 participantes deve servir de alerta para o governo estadual, que se comprometeu a enviar uma proposta até o final de março, mas não cumpriu. A categoria amarga 12 anos sem reajuste nos honorários pagos pelo Instituto.

O Simers prevê para 12 de abril mais uma reunião com a Casa Civil. Em nota, a entidade disse que “aguarda um posicionamento sobre a urgente reestruturação da autarquia”.

Atualmente, o IPE Saúde conta com mais de sete mil médicos credenciados, o que representa cerca de 20% dos profissionais no Rio Grande do Sul, e atende a cerca de um milhão de segurados, entre servidores públicos estaduais e dependentes.

Na sexta passada, o órgão estadual reiterou que “o Estado e o Instituto vêm trabalhando em um amplo projeto de reestruturação”, que vai ser “apresentado à sociedade, servidores e prestadores no mês de abril”.

Um dia antes, Rovinski alertou, em entrevista ao Correio do Povo, para o risco de descredenciamento em massa, o que segundo ele já ocorreu em algumas especialidades médicas, como anestesista e cirurgião cardíaco.