Consumo das famílias gaúchas tem sexta alta seguida em março, diz Fecomércio-RS

Indicador tem nova alta em no mês passado

A Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas (ICF-RS), da Confederação Nacional do Comércio (CNC), atingiu a marca dos 84,3 pontos em março. O resultado foi divulgado nesta segunda-feira, 3, pela Fecomércio-RS e reflete a sexta alta consecutiva na comparação mensal (1,4%) e um avanço de 7,1% em relação a março de 2022. Os dados mostram que o ganho de confiança vem perdendo força, dificultando o retorno do indicador ao patamar pré-pandemia.

“Os dados do ICF-RS captam um cenário em que a confiança melhora, mas nenhum indicador está no campo otimista. Assim, apesar do ICF-RS mostrar redução no pessimismo, segue indicando famílias cautelosas em suas decisões de consumo”, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.

Em parte, essa desaceleração pode ser explicada pelo recuo de três indicadores nessa base de comparação – Emprego Atual (-1,8%; 99,0 pontos), Acesso ao Crédito (-2,7%; 99,7 pontos) e Perspectiva Profissional (-0,9%; 56,7 pontos) – além da estabilidade do indicador de Renda Atual (-0,1%; 96,8 pontos).  A perda de ritmo da atividade econômica desde o final do ano passado se reflete num mercado de trabalho que tem menos potencial de gerar novas vagas, o que melhoraria também as perspectivas salariais de trabalhadores. Além disso, atualmente também temos taxas de juros reais bem mais elevadas, o que se traduz na queda do indicador de Acesso ao Crédito.

Por outro lado, Indicadores como Nível de Consumo Atual (+6,9%; 96,4 pontos), Perspectiva de Consumo (+3,6%; 88,8 pontos) e Momento para Duráveis (+8,1%; 52,6 pontos) tem contribuído fortemente para o aumento do ICF nos últimos meses.  A conjuntura recente ajuda a explicar os dados apresentados na pesquisa. Ainda que perdendo tração recentemente, o mercado de trabalho no RS reflete condições que se enquadram numa situação confortável de emprego (desocupação de 4,6%), uma economia sem restrições de mobilidade e consumo (como o ocorrido nos mesmos períodos de 2020 e 2021 e, em menor medida, no início de 2022) e rendimentos reais maiores do que no mesmo período do ano passado, que diminuem em parte efeitos negativos das taxas de juros mais elevadas.