Uma em cada 36 crianças de 0 a 8 anos são diagnosticadas com autismo

Caminhada no Parque da Redenção no Dia Mundial de Conscientização sobre Autismo chamou atenção para esse índice

Planos de saúde deverão cobrir tratamento de pessoas com autismo. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Uma semana antes do Dia Mundial de Conscientização sobre Autismo, comemorado em 2 de abril, o Centro de Controle e de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos divulgou atualização sobre a incidência do espectro autista nos país americano, indicando que uma em cada 36 crianças de 0 a 8 anos têm o transtorno. O último boletim, de 2022, indicava uma em cada 44 crianças. Caminhada no parque da Redenção chamou a atenção para este índice. “Os números são alarmantes”, avalia o neuropediatra, Felipe Kalil, especializado no assunto. De acordo com ele, quanto mais cedo os pais estiverem atentos aos sinais, mais intervenções podem ser feitas para a qualidade de vida da criança.

“Não precisa ter o diagnóstico precoce, mas a suspeita precoce já é suficiente pra ter um cuidado maior e já iniciar uma intervenção terapêutica. A gente chama de plasticidade cerebral a capacidade de aprendizagem de uma criança, que é milhares de vezes maior que a de um adulto, só que as crianças precisam aprender a aprender, isso tem que ser estimulado, porque essa capacidade vai diminuindo com o tempo”, afirma.

O especialista sugere que os pais acompanhem de perto o desenvolvimento do bebê para ver se está condizente com o esperado para cada fase, como, por exemplo, conseguir olhar nos olhos desde os primeiros meses de vida, atender ao chamado de voz, interagir com brincadeiras, dar gargalhadas, entre outros sinais. Caso tenha qualquer dúvida, o ideal é buscar a ajuda de um especialista. A terapia é feita por meio do apoio de diferentes profissionais, como psicólogos, fonoaudiólogos e pedagogos, que podem estimular a criança em diversos aspectos para o seu desenvolvimento atual e futuro. Apesar de ser um transtorno que não tem cura, o especialista afirma que é possível conviver com a doença ao longo da vida.

“As intervenções na infância vão potencializar o futuro dela, então, sim, temos autistas adolescentes, adultos, tendo vidas consideradas ‘normais’, trabalhando em empresas,  em hospitais”, comenta Kalil.

O Centro de Controle e de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos é o único órgão que traz a mensuração do Transtorno do Espectro Autista de forma contínua. No Brasil, estima-se que sejam duas milhões de crianças, ou 1% da população.