IPE Saúde reafirma que projeto de reestruturação vai ocorrer em abril

Em nota, IPE Saúde também reforça que descredenciamentos de profissionais são "ocasionais" e que há médicos querendo aderir ao plano como Pessoa Jurídica

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Em resposta à fala do presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcos Rovinski, que vê com preocupação a falta de uma solução para a defasagem da tabela de honorários adotada pelo IPE Saúde, sem reajustes desde 2011, o órgão estadual se manifestou, em nota enviada à Rádio Guaíba, afirmando “que o governo do Estado e o Instituto vêm trabalhando em um amplo projeto de reestruturação”, que vai ser “apresentado à sociedade, servidores e prestadores no mês de abril”.

De acordo com Rovinski, há a possibilidade de haver precarização do atendimento, o que vai impactar toda a população se não forem revistos os honorários da categoria. O presidente do Simers também reforça preocupação com os descredenciamentos ou pedidos de licença de médicos que vêm acontecendo. “A ação dos médicos vai ser definida em assembleia a partir da resposta do governo. Sabemos que isso não vem de agora, mas é esta gestão estadual que precisa de fato resolver”, reitera.

Sobre os descredenciamentos de profissionais, o IPE Saúde alega que ocorrem “ocasionalmente” e que há também solicitações de médicos querendo se credenciar para atender pelo IPE Saúde “na modalidade Pessoa Jurídica”. A nota reforça que o IPE vem trabalhando em medidas para valorizar o profissional médico.

Além dos valores congelados pelo órgão estadual desde 2011, a dívida do IPE Saúde, que atende a cerca de 1 milhão de gaúchos e conta com cerca de 6,5 mil profissionais credenciados, é de R$ 250 milhões, especialmente no pagamento de internações e procedimentos de ambulatório. Os profissionais equivalem a cerca de 20% do total de médicos no RS.

Rovinski ironiza o valor recebido por um médico credenciado ao IPE, que é de R$ 18 líquidos por dia para atender a um paciente internado em hospital, “o que muitas vezes, não dá conta do ticket do estacionamento do hospital”. Rovinski argumenta que o Simers mantém, para a segunda-feira, a previsão de uma Assembleia Geral Extraordinária, aberta no começo de março para discutir o impasse.

Entre os profissionais que já haviam desembarcado do IPE Saúde, antes da retomada das negociações, médicos anestesistas e cirurgiões cardíacos, esses últimos por meio da criação de uma cooperativa, relata o presidente do Simers. Mais recentemente, entraram em processo de descredenciamento os médicos hemodinamicistas, que fazem procedimentos minimamente invasivos, mas a lista só cresce, com a possibilidade de que cirurgiões vasculares e ortopedistas também se descredenciem.