A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que vai devolver a terceira caixa de joias dadas a ele pelo regime da Arábia Saudita, em 2019. O conjunto, estimado em pelo menos R$ 500 mil, abrange um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes e um anel. Não houve confirmação se essa entrega já ocorreu, apesar de a determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o assunto ter ocorrido na quarta-feira.
O jornal O Estado de S.Paulo revelou a existência desse terceiro pacote, na segunda-feira passada. A caixa de madeira, trazendo o símbolo do brasão de armas da Arábia Saudita, contém, além do Rolex, uma caneta da marca Chopard prateada, com pedras encrustadas, e um par de abotoaduras em ouro branco, com um brilhante cravejado no centro e outros diamantes ao redor. Compõe o conjunto, ainda, um anel em ouro branco com um diamante no centro e outros em forma de “baguette” ao redor, uma “masbaha”, um tipo de rosário árabe, feito de ouro branco e com pingentes cravejados em brilhantes.
Como já tinha feito com um segundo pacote de joias, avaliado em cerca de R$ 1 milhão, Bolsonaro reteve os bens para si, em vez de despachar os presentes para serem incorporados como do patrimônio do Estado brasileiro.
Após a revelação do caso, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a entrega imediata da terceira caixa, da mesma forma como já tinha deliberado sobre o segundo pacote. A corte também alertou Bolsonaro sobre o fato de já não ter informado e entregue esse terceiro pacote de joias dado pelos sauditas, já que o caso envolvia o mesmo tipo de item, enviado pelo mesmo país.
O posicionamento do TCU irritou a defesa de Bolsonaro, que criticou o tribunal. Segundo a defesa, “é descabido (…) o tratamento da questão como se houvesse por parte do peticionário alguma tentativa maliciosa de escamotear determinados bens desta Corte e de qualquer outro órgão”.
*Com informações da Agência Estado (AE)