Cientista político defende Estado protegido por política com regras claras

Schüler disse que “somos ainda uma sociedade passiva que vai empurrando com a barriga”

Crédito: Almir Freitas

Minorias organizadas em sociedades difusas resultam em grandes problemas de difícil solução coletiva, pois poucos comandam o jogo. Um Estado deve ser protegido da política com regras claras. Este foi o raciocínio mostrado por Fernando Schüler, cientista político, professor do Insper, doutor em filosofia e curador do projeto Fronteiras do Pensamento no Tá na Mesa da FEDERASUL nesta quarta-feira, 29, onde falou sobre “A Revolução Silenciosa – Caminhos para modernização do Estado e da sociedade no Brasil”.

O presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, explicou, ao  saudar o palestrante, que Fernando Schüler traria reflexões importantes, colocando luz sobre as questões políticas do País que se encontra polarizado. Ele destacou o momento desafiador que faz crescer o papel da sociedade organizada ao trazer o debate para o campo das ideias e não sobrepujando.

Schüler disse que cabe ao Estado regular, agenciar e garantir a segurança jurídica e institucional. O filósofo mostrou como a autorregulação melhorou a vida de todos e se tornou um facilitador (ex. o uber e as fintechs). O cientista político apontou como tendência, um Estado cada vez mais globalizado e interdependente, em que a confiança e a estabilidade, através de leis estáveis, orientam a tomada de decisão. Desta forma, os setores da economia se organizam fazendo crescer a participação da iniciativa privada na solução dos problemas nacionais.

Schüler concluiu sua palestra argumentando que somos uma sociedade muito desigual e que o Estado, que deveria trazer melhorias, traz mais desigualdade. Para ele, a educação é o caminho e é justamente onde a revolução silenciosa menos está acontecendo.