A deterioração do cenário externo com a recente crise nos bancos norte-americanos e europeus, e a consequente instabilidade nos mercados financeiros. Estes foram os argumentos citados na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, finalizada na última quarta-feira, 22, para a manutenção da taxa Selic em 13,75% por um período prolongado de juros elevados para combater as pressões inflacionárias.
O documento, divulgado nesta terça-feira, 28, diz ainda que isso requer maior cautela na condução das políticas econômicas também por parte de países emergentes. A ata cita ainda, associado às preocupações externas, um alerta adicional com as expectativas de inflação expostas no Relatório Focus, especialmente em prazos mais longos.
“Ao avaliar os fatores que poderiam levar à materialização de cenário alternativo caracterizado por uma taxa de juros neutra mais elevada, enfatizou-se a possível adoção de políticas parafiscais expansionistas, que têm o potencial de elevar a taxa neutra e diminuir a potência da política monetária, como já observado em comunicações anteriores do Comitê. À medida que se projeta inflação mais alta à frente, empresas e trabalhadores passam a incorporar tal inflação futura em seus reajustes de preços e salários. Assim, há uma maior elevação de preços no período corrente, e o processo inflacionário é alimentado por essas expectativas”, diz a Ata.