As exportações do setor de componentes para couro, calçados e artefatos no primeiro bimestre do ano somaram US$ 58,2 milhões, 13% menos do que no mesmo intervalo do ano passado. O resultado só não foi pior porque os principais destinos da América Latina, com exceção da Argentina, registraram incremento médio de 11,5% no período, enquanto os maiores recuos ocorreram nas exportações para a China, Argentina e Portugal. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 28, pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal).
O gestor de Mercado Internacional da Assintecal, Luiz Ribas Júnior, ressalta que o dado negativo reflete um ajuste do mercado internacional, com o retorno da China após um período de restrições à indústria local em função da política de Covid Zero. O fato positivo, segundo ele, é que os mercados conquistados durante a pandemia, na América Latina, seguem fortes. “Mostra que o trabalho foi muito bem realizado nesses mercados, fidelizando clientes importantes”, acrescenta.
“O que tivemos em 2022 foi atípico, um movimento forte de retomada da demanda após a pandemia. Somando o fato à pausa da China e ao aumento dos custos com fretes, tivemos resultados bastante expressivos, principalmente para a América Latina. A tendência que temos percebido é de um ajuste, tanto que estamos nos mesmos níveis registrados na pré-pandemia”, avalia.
O fato positivo, segundo ele, é que os mercados conquistados durante a pandemia, na América Latina, seguem fortes. “Mostra que o trabalho foi muito bem realizado nesses mercados, fidelizando clientes importantes”, acrescenta.
DESTINOS
Principal destino das exportações brasileiras de componentes e químicos para couro e calçados, a China importou o equivalente a US$ 9,8 milhões em produtos verde-amarelos no primeiro bimestre, 84% menos do que no mesmo ínterim do ano passado. O segundo destino dos embarques de componentes foi a Argentina. Sofrendo com a demanda interna enfraquecida e os impactos da restrição aos pagamentos de importações, o país vizinho importou, no primeiro bimestre, US$ 6,3 milhões em produtos brasileiros. A queda foi de 102% em relação aos primeiros dois meses de 2022.
Respondendo pela primeira posição entre os exportadores do setor, o Rio Grande do Sul enviou ao exterior o equivalente a US$ 31,9 milhões no primeiro bimestre, 13% menos do que no mesmo período de 2022. Na segunda posição apareceu São Paulo, que exportando o equivalente a US$ 7,56 milhões, registrou um incremento de 22% ante o intervalo correspondente do ano passado.
Os principais materiais exportados pela indústria brasileira de componentes e químicos para couro e calçados foram os “Químicos para couros”, que geraram US$ 36 milhões no primeiro bimestre, 4% mais do que no mesmo período de 2022.