Com 120 empresários esperando em Pequim, Lula vai remarcar viagem à China

Comitiva já vinha participando de eventos do setor do agronegócio e reuniões de trabalho e institucionais com autoridades do governo chinês

Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai remarcar a viagem que previa fazer à China, após ser diagnosticado com broncopneumonia bacteriana e influenza A. Em nota, o governo informou que a visita vai ocorrer em “em nova data”, sem informar o dia do embarque. A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avisou que ele não vai fazer a viagem “neste momento” por conta do “cancelamento da missão presidencial à China”.

Com quadro de broncopneumonia bacteriana e Influenza A (viral), Lula já havia adiado o embarque da comitiva presidencial por um dia, de hoje para amanhã. Contudo, ministros, diplomatas e uma delegação de 120 empresários do agronegócio já havia chegado a Pequim, informou nesta tarde o jornal O Estado de S.Paulo. No aguardo do presidente, eles já vinham participando de eventos do setor e reuniões de trabalho e institucionais com autoridades do governo chinês. Outros empresários, de áreas como indústrias e comércio, devem desembarcar em Pequim neste sábado.

Segundo o governo, as autoridades chinesas já foram informadas do adiamento. Havia expectativa, em Pequim, e apreensão por conta do estado de saúde de Lula desde essa sexta, quando o Planalto postergou a decolagem.

Embaixadores discutiam ao telefone sobre a possibilidade adiamento geral da visita de Estado, mas foram informados inicialmente de que o quadro geral era bom e o governo cancelou apenas o primeiro dia de compromissos na China, um fórum promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

Auxiliares do presidente dizem que a remarcação depende não só da recuperação completa do presidente brasileiro, após o fim do clico viral e de transmissão da Influenza, como da possibilidade de reagendamento dos compromissos com o chefe de Estado, Xi Jinping.

Havia ainda nos bastidores uma preocupação dos dois lados sobre uma possível transmissão do vírus ao líder chinês. Ainda conforme o Estadão, o governo do país asiático mantém protocolos rígidos para lidar com a saúde de Xi Jinping. Durante a pandemia da Covid-19, ele não deixou o país.

Lula tinha agenda com o presidente chinês, na terça-feira, além de reunião bilateral e um banquete em homenagem à comitiva brasileira. O ciclo viral do vírus Influenza, diagnosticado em 23 de março, é de uma semana.

Antes da programação da visita, o partido despachou os dirigentes Romênio Pereira e Mônica Valente a Pequim para reuniões com o Partido Comunista Chinês. O presidente do Instituto Lula, Márcio Pochmann, também já cumpria agendas institucionais na capital chinesa.