O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,69% em março e ficou 0,07 ponto percentual abaixo do resultado de fevereiro (0,76%). Já em Porto Alegre, o indicador chegou a 1,13% no período, vindo de 0,52% em fevereiro, e atingindo a maior elevação entre as capitais pesquisadas. A capital gaúcha acumula 2,01% no trimestre e 5,05% em 12 meses. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IPCA-E geral, acumulado trimestral do IPCA-15, ficou em 2,01%, abaixo dos 2,54% registrados no mesmo período de 2022. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou 5,36%, abaixo dos 5,63% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, o IPCA-15 foi de 0,95%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no mês de março.
A exceção foi Artigos de residência, com queda de 0,18%. A maior variação (1,50%) e o maior impacto no índice do mês (0,30 ponto percentual) vieram dos Transportes, que aceleraram em relação ao resultado de fevereiro (0,08%). Na sequência, vieram os grupos Saúde e cuidados pessoais (1,18%) e Habitação (0,81%), que contribuíram com 0,15 ponto percentual e 0,12 ponto percentual, respectivamente. Já Alimentação e bebidas (0,20%) desacelerou em relação ao mês anterior, quando registrou 0,39%. Os demais grupos ficaram entre o 0,08% de Educação e o 0,75% de Comunicação.
A alta do grupo Transportes (1,50%) foi puxada pelo aumento de 5,76% nos preços da gasolina, subitem que contribuiu com o maior impacto individual no IPCA-15 de março (0,26 ponto percentual). Além disso, também houve alta nos preços do etanol (1,96%), que haviam caído 1,65% em fevereiro. Óleo diesel (-4,86%) e gás veicular (-2,62%), por sua vez, registraram queda, na contramão dos demais combustíveis (4,67%). Cabe ressaltar também a alta de 9,02% nos transportes por aplicativo, após recuo de 6,05% em fevereiro.
Ainda em Transportes, a variação positiva de ônibus urbano (0,21%) deve-se ao reajuste de 9,09% nas passagens em Curitiba (4,18%), válido a partir de 1º de março. Nos ônibus intermunicipais (0,88%), vale destacar o reajuste médio de 11,80% nas passagens aplicado a partir de 18 de fevereiro no Rio de Janeiro (8,41%), onde as tarifas de trem (43,13%) também foram reajustadas: o preço para o público em geral subiu 48% a partir de 9 de fevereiro. Dessa forma, a variação nacional do subitem trem ficou em 17,34%. Já a alta de 1,04% no subitem táxi é consequência do reajuste de 11,54% nos preços em Belo Horizonte (10,83%), em vigor desde 13 de fevereiro. Por fim, cabe mencionar o reajuste em algumas praças de pedágio (0,56%) em Porto Alegre (9,23%) e Curitiba (0,27%).
Em Saúde e cuidados pessoais (1,18%), a maior contribuição (0,06 ponto percentual) veio dos perfumes (5,88%), cujos preços haviam caído 1,66% em fevereiro. Com isso, os itens de higiene pessoal tiveram alta de 2,36% no IPCA-15 de março, influenciados também pelos artigos de maquiagem (3,81%), sabonetes (1,85%) e produtos para cabelo (1,34%). Além disso, o item plano de saúde (1,20%) segue incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.
No grupo Habitação (0,81%), o destaque foi a energia elétrica residencial, com alta de 2,85% e contribuição de 0,11 p.p. As variações das áreas ficaram entre -1,13% no Rio de Janeiro, onde houve redução de PIS/COFINS, até 11,66% em Belo Horizonte, onde as tarifas de uso dos sistemas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram reincluídas na base de cálculo do ICMS, o que também ocorreu em Porto Alegre (10,76%) e Curitiba (10,42%), e em uma das concessionárias de São Paulo (1,12%). No Rio de Janeiro, foram aplicados reajustes de 7,49% e 6,00% nas duas concessionárias pesquisadas, ambos a partir de 15 de março, último dia do período de referência do IPCA-15.
Ainda em Habitação, a alta da taxa de água e esgoto (0,48%) decorre dos reajustes de 11,81% em Salvador (6,60%), em vigor desde 30 de janeiro, e de 3,54% em Fortaleza (1,80%), vigente desde 28 de janeiro. A queda no gás encanado (-0,60%), por sua vez, é consequência da redução de 2,86% nas tarifas no Rio de Janeiro (-1,89%), aplicada a partir de 1º de fevereiro.
A desaceleração de Alimentação e bebidas (de 0,39% em fevereiro para 0,20% em março) deve-se a quedas mais acentuadas nos preços da batata-inglesa (-13,14%) e do tomate (-6,34%). Além disso, também foram registrados recuos nos preços da cebola (-12,13%), do óleo de soja (-2,47%), do contrafilé (-2,04%) e do frango em pedaços (-1,94%). No lado das altas, o destaque foi o ovo de galinha, cujos preços subiram 8,00% em março.
A alimentação fora do domicílio passou de 0,40% em fevereiro para 0,68% em março. Tanto o lanche (1,02%) quanto a refeição (0,50%) tiveram variações superiores às do mês anterior (quando as altas foram de 0,78% e 0,16%, respectivamente).
O resultado dos Artigos de residência (-0,18%), único grupo com queda em março, foi influenciado pelo recuo de 1,81% dos itens de tv, som e informática, em particular os televisores (-1,89%) e os computadores pessoais (-1,68%).
As maiores variações foram registradas em Porto Alegre e Curitiba, ambas com 1,13%. Nos dois casos, a principal contribuição para a alta veio da energia elétrica, com variações de 10,76% e 10,42%, respectivamente. Já o menor resultado foi observado em Salvador (0,37%), influenciado pelas quedas de 10,35% nas passagens aéreas e de 9,13% no seguro voluntário de veículo.