Saúde estadual já contabiliza 20 surtos de Síndrome Mão-Pé-Boca em crianças, desde janeiro

No ano passado, foram 68 e, em 2021, 172; veja sintomas e sinais da doença, que surge especialmente em creches

Foto: Anselmo Cunha/Arquivo/PMPA

Preocupado com o aumento no número de surtos da Síndrome Mão-Pé-Boca, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), ligado à Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (SES), publicou uma nota informativa a respeito da doença, causada por um enterovírus e muito comum em crianças, especialmente nas menores de cinco anos de idade. O contágio se registra, sobretudo, em creches.

Só nos primeiros meses de 2023, foram notificados 20 surtos da doença – quando há mais de três casos em um mesmo local. Somados, esses surtos somaram 210 casos em 15 municípios. No ano passado, foram 68 surtos em 35 cidades, somando 581 confirmações. Já o ano de 2021, com mais de 3,3 mil casos, se encerrou com 172 surtos em 76 municípios.

A transmissão é fecal-oral, ou seja, ocorre mediante contato com pessoas, fezes, saliva, secreções, objetos ou alimentos contaminados. Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. Dessa forma, a higiene das mãos deve ser intensificada, mesmo após a melhora dos sintomas. Profissionais de escolas de Educação Infantil devem reforçar a atenção nas rotinas de troca de fraldas, conforme o alerta da Vigilância em Saúde.

As principais medidas de controle incluem o afastamento dos sintomáticos até a resolução dos sintomas e a intensificação das medidas de higiene de mãos, do ambiente e de superfícies, com enfoque especial em objetos compartilhados, como brinquedos, por exemplo.

Sinais e sintomas da síndrome 

  • Febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões;
  • Aparecimento na boca, amígdalas e faringe de manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas no centro, que podem evoluir para ulcerações dolorosas e ocasionar dificuldade para engolir e muita salivação;
  • Erupção de pequenas bolhas, especialmente nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que podem ocorrer também nas nádegas e na região genital;
  • Mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia.

De forma geral, o quadro é autolimitado, ou seja, melhora espontaneamente dentro de cinco a sete dias. O tratamento recomendado é sintomático e a orientação é para a criança aumentar o consumo de líquidos, repouso e alimentação leve.

Notificação à vigilância

Casos individuais da doença não são de notificação compulsória, o que significa que não há a obrigatoriedade dos serviços de saúde e secretarias municipais informarem cada diagnóstico feito. No entanto, surtos de três ou mais casos em uma mesma instituição são de notificação imediata e obrigatória.