Advogado de defesa de Leandro Boldrini, Rodrigo Grecellé lamentou a nova condenação, mas considerou positiva a absolvição do médico pelo crime de ocultação do cadáver do filho Bernardo, morto aos 11 anos, em abril de 2014. Após quatro dias, o julgamento terminou nesta quinta-feira em Três Passos. Segundo Grecellé, existe a possibilidade de que essa decisão tenha impacto na pena final, de 31 anos e oito meses de prisão.
Boldrini segue preso, pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. O advogado reitera que discordou “completamente do resultado”, mas que ele vai ser respeitado. “Foi um escore muito apertado: 4 a 3. Isso demonstra claramente que há uma dúvida. Lamentavelmente, temos que respeitar”, pontuou.
Grecellé, no entanto, confirmou estar deixando o caso, ao lado do também advogado Ezequiel Vetoretti. “Esse é meu último ato na defesa do Leandro Boldrini e estou me retirando da defesa dele”, finalizou. Cabe recurso da sentença ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
MP considera justa a decisão
Já o Ministério Público considerou justa a pena de 31 anos e oito meses. Conforme a promotora Lúcia Helena Callegari, o resultado deixou a acusação “satisfeita”.
“Saio assim pois a sociedade de Três Passos conseguiu ouvir o Ministério Público. Por outro lado, saio triste porque estamos tratando de um fato que jamais deveria ter acontecido. Jamais quem tem o dever de proteger, pode matar”, resumiu.
Conforme Lúcia Helena, Bernardo era um “órfão vivo” e agora é um menino morto que deixa uma marca em todo o Brasil. O promotor Miguel Germano Podanosche citou que o momento é de encerrar o caso e as penas serem cumpridas.
“Estamos trilhando um caminho para que fechemos de vez esse caixão. Bernardo faleceu em abril de 2014. Estamos em março de 2023. É hora de seguirmos adiante. É hora que o processo tenha um fim”, finalizou.
