Transferência de Marcola, ameaças de morte: saiba quem é o promotor de SP alvo do PCC

Integrante do Gaeco, Lincoln Gakiya assinou pedido que transferiu líderes da facção para presídios do sistema federal

Foto: Record TV / Reprodução

Um dos alvos do grupo suspeito de planejar atentados contra autoridades e servidores públicos, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya comandou a maior investigação sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do Brasil. A apuração que descobriu os planos do grupo começou após ameaças a Gakiya.

Integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Presidente Prudente (SP), o promotor assinou o pedido de transferência de Marcos Camacho, o Marcola, e de 21 membros da cúpula da organização para presídios do sistema federal. O pedido veio depois que a Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo descobriram um suposto plano de resgate de Marcola.

Em dezembro de 2018, duas mulheres foram presas pela Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) na saída da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. Com elas foram encontradas duas cartas codificadas, com ordens da alta cúpula do PCC. As duas mulheres foram presas em flagrante. Os policiais encontraram a primeira carta dentro da bolsa de uma mulher de 45 anos, e a segunda dentro do veículo de uma visitante, de 39.

As cartas, que foram decodificadas pela polícia, continham um suposto plano para matar um servidor da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e o promotor Gakiya, em caso de transferência da cúpula do PCC. Na época, o próprio promotor confirmou a informação.

Em 2019, a polícia interceptou um novo plano para matar Gakiya. A ordem de execução veio em bilhete escrito à mão e interceptado dentro de um complexo prisional no interior de São Paulo. “Matar tanto o promotor da Gaeco e sua escolta policial”, dizia o bilhete. “Ninguém deve ficar vivo.” A carta é assinada por Gabriel Nekis, que se identifica como afilhado de Marcola, preso na penitenciária de Presidente Bernardes, em São Paulo.

Operação Sequaz
Nesta quarta, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão, sete de prisão preventiva e quatro de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e no Paraná. Os principais investigados vivem em São Paulo e no Paraná, segundo a Polícia Federal. Até as 10h30min desta quarta-feira, nove pessoas foram presas — seis homens e três mulheres —, todos em São Paulo. Os outros dois procurados com mandado de prisão expedido são do Paraná.

A operação ganhou o nome de Sequaz, que se refere ao ato de seguir, vigiar, acompanhar alguém. A expressão se refere ao método utilizado pelos criminosos para fazer o levantamento de informações das possíveis vítimas.