Educadores fazem protesto em frente ao Piratini cobrando reajuste de 14,95%

Ato integrou Dia Nacional de Paralisação em Defesa do Piso e da Carreira

Foto: Alina Souza/CP

Educadores da rede estadual gaúcha voltaram a se mobilizar, nesta quarta-feira, pelo reajuste de 14,95% do Piso do Magistério. Em Porto Alegre, centenas de manifestantes protestaram em frente ao Palácio Piratini contra a proposta de 9,45% oferecida pelo governo estadual, e que tramita em regime de urgência na Assembleia Legislativa. Além do aumento salarial, a categoria exige que o pagamento seja efetuado sem que o Executivo utilize as vantagens pessoais dos professores (as) — como os triênios — para abater do reajuste devido.

Durante o ato, que integrou o Dia Nacional de Paralisação em Defesa do Piso e da Carreira, os manifestantes carregaram bandeiras e cartazes. Um caminhão de som ficou posicionado em frente à Praça da Matriz, onde os educadores se revezaram ao microfone para mobilizar a categoria a visitar os gabinetes dos deputados na Assembleia. O objetivo é sensibilizar os parlamentares sobre a importância do projeto, que deve trancar a pauta do Parlamento na primeira semana de abril.

A presidente do Cpers Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, explica que os professores exigem o índice de 14,95% previsto em decreto. Por conta disso, a categoria mantém corpo a corpo na tentativa de convencer os deputados sobre a proposta, que deve ser colocada em votação em 4 de abril. Conforme Helenir, outra preocupação se refere à forma como o governo pretende implantar o aumento.

“No ano passado, o governo deu reajuste de 32%, mas retirou uma parte dos triênios. Vou dar meu exemplo. Cerca de 25% do valor dos 32% era o que eu tinha de valor de triênio. Então o governo pegou 25% e botou para o meu salário e dos 32% deu 7%. Agora, novamente, dos 9,45% ele quer descontar dos triênios. Muitos professores aposentados, principalmente, terão reajuste de 0%, porque o reajuste que vão receber, eles mesmos vão se pagar. É o mesmo que dar um aumento de R$ 100,00 e dizer que vai descontar do vale-transporte”, critica.

De acordo com Helenir, a cada três anos trabalhado os professores do plano de carreira recebem um “valor de bônus” por ter continuado na rede estadual. “O nome disso é triênio. Quando tínhamos salário básico a cada três anos aumentava nosso triênio. Quando o governo mudou para subsídio e terminou com salário básico, pegou todos os nossos triênios e botou na parcela de irredutibilidade dentro do nosso contracheque, que já fazia parte do que nós recebíamos”, complementa.