A semana promete ser agitada no mercado financeiro internacional. Não bastasse a decisão sobre taxa de juros nos Estados Unidos, que mexe com a economia mundial, e no Brasil, ainda há no radar a divulgação do arcabouço fiscal prometido pelo governo Federal antes da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a China. É um período de “super quarta”, com as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) brasileiro e do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) que começam na terça-feira, 21, e terminam no dia seguinte.
No cenário interno, a segunda-feira, 20, terá o Relatório Focus com as expectativa do mercado financeiro para os indicadores brasileiros. Ainda na segunda, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, será divulgado após o Boletim Focus, que traz as expectativas para dados macroeconômicos brasileiros.
No dia seguinte, a expectativa dos analistas é que o Banco Central mantenha a Selic nos atuais 13,75% ao ano, apesar da pressão do governo e de uma ala de economistas para que os juros sejam reduzidos. O Copom deverá seguir com uma postura cautelosa para garantir uma convergência da inflação à meta no horizonte relevante de política monetária.
ECONOMIA NOS EUA
Antes da decisão do Copom, os investidores internacionais já terão tido conhecimento, na tarde de quarta-feira, 22, sobre os novos rumos da política monetária nos Estados Unidos. Recentemente, economistas norte-americanos acreditavam que o Federal Reserve voltaria a acelerar o ritmo de alta dos juros.
Mas isso foi antes da falência do Silicon Valley Bank (SVB), na Califórnia, e o fechamento do Signature Bank, em Nova Iorque, e da crise no Credit Suisse, o que pode influenciar que os formuladores de política monetária reavaliem os impactos das oito altas de juros consecutivas realizadas até agora. As apostas de uma maioria (62%) é de uma nova elevação, de 25 pontos-base.
Na sexta-feira, 24, o mercado também vai conhecer a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), referente a março, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Analistas brasileiros estimam uma alta mensal de 0,67% pressionada por preços regulados, como os da gasolina (refletindo o retorno parcial do PIS/Cofins) e eletricidade (com a volta do ICMS).