Mercado aposta na manutenção da taxa Selic na reunião do Copom

Grupo de economistas não viu mudanças na Selic pelo menos até junho

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Na semana em que acontece a reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central após as mais intensas críticas de integrantes do governo Federal e do Partido dos Trabalhadores à condução da política monetária, as apostas sobre a redução ou não da taxa de juros, a Selic, dividem economistas.

Há quem aposte que a autoridade monetária vai deixar a taxa Selic no nível mais alto em seis anos, afastando qualquer redução no indicador. Caso se confirme, seria a quinta reunião consecutiva em que o Banco Central manteria a Selic em 13,75%, após interromper um ciclo agressivo de alta dos juros.

Entretanto, há quem aponte para os riscos internos caso a alta da inflação se confirme no IPCA de março e os problemas no sistema bancário mundial persistam. E não será apenas a informação a ser comunicada na quarta-feira, 22, que terá relevância, mas a ata da reunião do Copom. No documento deve constar a visão cautelosa, ou não, sobre as contas públicas do Brasil e no novo arcabouço fiscal a ser enviado pelo governo Federal para o Congresso Nacional.

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Uma pesquisa da agência Reuters com 30 economistas, e realizada de 13 a 16 de março, projeta a manutenção da taxa Selic em 13,75%, apesar das duras críticas que vem recebendo, e que certamente aumentaram caso se confirme a decisão.

Os receios para uma mudança de rumo citam a turbulência do mercado em relação a questões do setor bancário como um atenuante para que a decisão do Banco Central rume para suavizar a decisão num momento de crescente especulação de que o setor bancário dos EUA pode forçar o Federal Reserve a moderar seu aperto. Na semana, três bancos norte-americanos acenderam a luz amarela do sistema, crise que se expandiu para a Europa com a situação do Credit Suisse, o que foi amenizado com a aquisição do UBS por US$ 3,2 bilhões.

A maioria dos economistas defende que o BC prepare o terreno para um período mais longo de juros elevados. Este grupo de economistas não viu mudanças na Selic pelo menos até junho, deixando para o quarto trimestre um possível corte de 0,25 ponto percentual.