As prévias dos indicadores inflacionários de março apontam para uma alta de 0,38% ao final do mês, em contraste com a elevação de 0,43% em fevereiro. As estimativas são do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Guilherme Moreira. Entre a primeira e a segunda quadrissemana de março, o IPC-Fipe desacelerou de 0,39% para 0,36%.
A previsão tem como base o desempenho projetado para os setores Transportes e Alimentação, de alta de 0,83% e 0,61%, respectivamente, que devem ser os principais responsáveis pela variação positiva do IPC-Fipe. Nas medições da segunda leitura do mês, Moreira destaca que o arrefecimento foi puxado pelas desacelerações observadas em Habitação (0,29% para 0,03%); Vestuário (1,00% para 0,97%) e Educação (0,35% para 0,32%).
Em Transportes (0,41% para 0,65%), Moreira avalia que a alta da gasolina (1,76% para 3,69%) está condizente com o impacto esperado pela reoneração dos combustíveis anunciada pelo governo Federal. “Mas na ponta, a alta da gasolina já está em 10%, o que indica que ela vai seguir pressionando o IPC-Fipe em março e abril”, diz.
Em relação aos outros grupos, o coordenador do índice destaca que a alta observada em Alimentos (0,42% para 0,45%) foi contida pela variação negativa de carnes (-1,61% para -1,66%) e o baixo ritmo de aceleração dos alimentos industrializados (0,11% para 0,15%). “No caso das carnes, a suspensão das exportações para a China acabaram contribuindo para essa queda”, afirma Moreira.