Saúde encontra mais de 27 milhões de vacinas vencidas contra a Covid-19

Foto: Ravena Rosa / Agência Brasil / CP

O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira que, ao realizar inventário das vacinas contra a Covid-19 recebidas do governo anterior, se deparou com um cenário de 27,1 milhões de doses sem tempo hábil para distribuição e uso. Ao todo, incluindo o quantitativo perdido em 2023, o desperdício chegou a 38,9 milhões de doses desde 2021. Um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões aos cofres públicos. Desse total, mais de 33 milhões de doses já foram encaminhadas para incineração.

Nos próximos 90 dias, mais 5 milhões de doses vencem e outras 15 milhões de doses terão seu prazo de validade expirado em 180 dias. O Ministério da Saúde buscou uma solução pactuada com o Conselho de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde – Conas e Conasems – para um esforço conjunto a fim de evitar novos desperdícios.

Outras ações também estão sendo pactuadas dentro do Movimento Nacional pela Vacinação. “O esforço para utilização e distribuição das vacinas representa um ato de respeito à população e responsabilidade pública com o povo brasileiro”, salientou a ministra Nísia Trindade.

Bivalente

O Brasil está mobilizado pela retomada das altas coberturas vacinais. Já são mais de 3,2 milhões de doses de reforço bivalentes contra a Covid-19 aplicadas desde o início do Movimento Nacional pela Vacinação no público prioritário, que são as pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da doença. O governo federal reitera a importância da imunização para que esse índice de pessoas com proteção reforçada seja cada vez maior. O grupo prioritário soma mais de 55 milhões de brasileiros.

Neste primeiro momento, estão sendo vacinados idosos acima de 70 anos, pessoas imunocomprometidas, funcionários e pessoas que vivem em instituições permanentes, indígenas, ribeirinhos e quilombolas, grupo com cerca de 18 milhões de pessoas.

Em seguida, conforme o avanço da campanha e o cronograma de entrega de doses, outros grupos serão imunizados, como as pessoas entre 60 e 69 anos, as pessoas com deficiência permanente, os trabalhadores da saúde, gestantes e puérperas e a população privada de liberdade. Esses grupos precisam ficar atentos às informações de seus municípios para saber o momento de procurar uma unidade de saúde.

A região Sudeste é a que tem mais pessoas dentro desses grupos, com 24 milhões de brasileiros. Em seguida vem a região Nordeste, com 14,5 milhões de pessoas prioritárias para a vacinação. Depois o Sul do Brasil, com 8,2 milhões; região Norte, com 4,3 milhões de brasileiros e, por fim, o Centro-oeste, somando 3,8 milhões de pessoas. É importante reiterar que, para quem faz parte do público-alvo, é necessário ter completado o ciclo vacinal com os imunizantes monovalentes para, então, receber a dose de reforço bivalente, respeitando um intervalo de quatro meses da última dose recebida.

As vacinas bivalentes e monovalentes são igualmente eficazes e protegem contra a Covid-19. Quem ainda não completou o ciclo vacinal ou está com alguma dose em atraso, pode procurar uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo que não esteja no grupo prioritário. Ter o esquema vacinal completo é fundamental porque, com o passar do tempo, o organismo pode perder a memória imunológica contra o vírus. Estudo realizado pela Fiocruz com mais de 1,5 mil pessoas revelou que seis meses depois da segunda dose, os anticorpos haviam caído entre os pesquisados. Com o reforço na imunização, eles voltaram a subir consideravelmente.

Vacinas contra a Covid-19 vencidas:
2021: 1.904.140
2022: 9.922.430
2023 (até 28/02): 27.125.070

Total: 38.951.640