Empresa que administra Hospital Escola da UFPel vincula crise à falta de anestesistas no mercado

Em nota, Ebserh também exalta modelo de gestão e contratações via concursos

Foto: Portal.Gov/ Reprodução

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) enviou uma nota à Rádio Guaíba, nesta quarta-feira, atribuindo a falta de anestesistas no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) à ‘menor disponibilidade de especialistas no mercado de trabalho’. O comunicado da estatal, que administra a instituição, também destaca que o modelo de gestão, criticado por médicos ouvidos pela reportagem, teria substituído ‘contratos considerados precarizados pelos órgãos de controle’.

No início da semana, profissionais que trabalham no HE declararam que a administração da estatal teria agravado a crise na instituição, dificultando a contratação de anestesistas. A falta de reposições, segundo os entrevistados, teria acarretado na redução de procedimentos cirúrgicos e no consequente descredenciamentos de residências. Uma clausula que impediria contratos de prestação de serviços do HE com empresas que tenham em seus quadros mais de 5% de funcionários também trabalhando para a Ebserh, foi um dos exemplos classificados, pelos médicos, como supostos  ‘procedimentos burocráticos’ que dificultariam contratações .

O provimento de médicos anestesistas em hospitais públicos é uma dificuldade enfrentada ‘em todo o país’, destaca a manifestação da empresa. A estatal vinculada ao MEC, conforme a nota, teria mecanismos ‘adequados de contratação de profissionais e de serviços que respeitam a legislação’.

Por fim, o comunicado ressalta que Ebserh teria, desde 2014, ampliado o número de profissionais trabalhando no HE. A empresa se coloca à disposição, diz o texto, para apresentar o trabalho feito no HE e construir caminhos ‘visando oferecer os melhores serviços à população’.

Leia a integra da nota enviada pela Ebserh

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares destaca que o modelo de gestão tem apresentado melhorias significativas no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas.

Sobre o formato de contratação de profissionais apresentado na Rádio Guaíba, é importante destacar que um dos principais motivos para a criação da estatal foi substituir contratos considerados precarizados pelos órgãos de controle, fato atingido pela Ebserh ao realizar admissões via concurso público.

O provimento de médicos anestesistas em hospitais públicos é uma dificuldade enfrentada em Pelotas e em todo o país em razão da menor disponibilidade de especialistas no mercado de trabalho.

A estatal tem mecanismos adequados de contratação de profissionais e de serviços que respeitam a legislação do país.

Desde que assumiu o HE em Outubro de 2014, a Ebserh ampliou em 455 o número de profissionais. Em 2014, o quadro total era de 703 pessoas, entre vínculos com a Fundação de Apoio Universitário (FAU) e servidores da universidade.

Atualmente, o quadro total é de 1.158 pessoas. Nesse total, temos aumento de 67 médicos, 138 enfermeiros e 149 técnicos de enfermagem se compararmos com 2014, só para citarmos alguns exemplos de um quadro agora composto por empregados públicos e servidores da universidade com impacto direto no atendimento em saúde de excelência à população.

A Ebserh se coloca à disposição para apresentar o trabalho feito no HE e construir caminhos visando oferecer os melhores serviços à população

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