A Eletrobras encerrou o ano de 2022 com lucro líquido consolidado de R$ 3,6 bilhões, o que representa uma queda de 36% comparado com 2021. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado somou R$ 11,3 bilhões no ano passado, 18% abaixo de 2021. A receita operacional líquida da companhia totalizou R$ 34 bilhões em 2022, comparado com a receita de R$ 34,6 bilhões de 2021.
O resultado financeiro ficou negativo em R$ 4,3 bilhões no ano passado, tendo um resultado negativo de R$ 1,4 bilhão de 2021. A empresa encerrou o ano com uma dívida líquida de R$ 34,7 bilhões. A companhia explica que a dívida foi substancialmente afetada pela consolidação da dívida bruta da Saesa de cerca de R$ 20 bilhões, na qual Furnas passou a deter 72% de participação a partir do terceiro trimestre.
PREJUÍZO
No quarto trimestre de 2022, a Eletrobras registrou prejuízo líquido de R$ 479 milhões ante lucro líquido de R$ 610 milhões obtido no mesmo intervalo de 2021. Conforme a companhia, o resultado foi impactado, negativamente, pela contabilização do Plano de demissão voluntária, realizado em dezembro de 2022, no montante de R$ 1,2 bilhão. Além disso, o resultado também foi impactado pela constituição de provisão de recebíveis da Amazonas Energia, no montante de R$ 2,528 bilhões.
Segundo a empresa, houve ainda queda do resultado financeiro em R$ 946 milhões, em particular, pelo aumento de R$ 1,098 bilhão das despesas financeiras com encargos de dívida, em função da consolidação da SPE Santo Antônio Energia (+R$ 436 milhões) a partir do terceiro trimestre. Também houve o impacto de R$ 888 milhões de despesas financeiras (IPCA + encargos) das obrigações junto à CDE (encargo de 7,6%) e projetos de revitalização das bacias hidrográficas e Amazônia Legal (encargo de 5,67%), conforme estabelecido pela Lei nº 14.182/2021 (Desestatização da Eletrobras), como uma das condições para a obtenção das novas outorgas de concessão de geração de energia elétrica por mais 30 anos.
A receita operacional líquida caiu 14%, passando de R$ 10,5 bilhões no quarto trimestre de 2021 para R$ 9 bilhões no último trimestre de 2022. A linha, segundo a empresa, foi influenciada pela deflação do período (queda do IPCA e IGPM), piorando a receita de transmissão de forma muito relevante, o que foi mitigado, em parte, pela revisão tarifária do ciclo 22/23 de 17 contratos de transmissão.