Calote aumenta no cheque especial e no cartão de crédito, aponta Banco Central

raso de 90 dias chega a 13,6% do saldo a receber no cheque especial, e 8,6% no do cartão de crédito parcelado

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

O cenário das finanças do brasileiro vem preocupando o sistema financeiro, tornando a concessão de crédito mais restrita e rígida. Dados do Banco Central (BC) revelam que no acumulado de 12 meses encerrado em janeiro último, os consumidores têm buscado crédito no cheque especial e rotativo do cartão de crédito, que têm os juros mais elevados entre 22% e 47,5%, de acordo com dados do banco.

Também foram estas as opções com os maiores índices de inadimplência. Em janeiro, conforme a autoridade monetária, de pelo menos 90 dias respondia por 13,6% do saldo a receber no cheque especial, enquanto esse percentual chegou a 8,6% no caso do cartão de crédito parcelado. Os dados superam à inadimplência média das pessoas físicas com recursos livres, que atingiu 6,1% no mesmo período.

A preocupação também circula pelos corredores do Palácio do Planalto, em Brasília. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou as bases para o programa Desenrola apresentadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e autorizou o desenvolvimento de uma plataforma específica para a operação. Mas algumas negociações esbarram no setor privado, principalmente com a possibilidade de ser ofertado um leilão em bloco das dívidas dos consumidores.

Tudo indica que as bases do programa sairão de um grupo de trabalho com representantes de governo, bancos, credores e birôs de crédito a ser criado pelo governo Federal. Recentemente, a Serasa iniciou seu o Feirão Limpa Nome presencial em São Paulo, com negociações que vão até o dia 31 de março. Pela primeira vez, a plataforma conseguiu reunir um número recorde de 425 empresas credoras, dispostas a oferecer descontos de até 99% sobre o valor das pendências.